sábado, 29 de julho de 2017

Terremotor lança CD em evento multicultural


O Projeto Zombilly representou o Clube do Vinil de Maringá no lançamento do CD da banda de surf music Terremotor, em Umuarama (a aproximadamente 165km de Maringá), no dia 2 de julho. O evento contou com apresentações artísticas, exposições, bazar cultural, além do show da banda à beira do Lago Aratimbó. Tudo com entrada gratuita.
Foi muito bacana a mobilização dos artistas e amigos para fazer o evento. Desde um simples discurso ao microfone bradando contra a falta de opção cultural, até a animação em apresentações bem ensaiadas. Assim passaram pelo local um grupo de teatro, outro de capoeira, exposição de ilustrações e de fotografia e também declamação de poesias.

A prefeitura autorizou o evento em espaço público. Porém, toda a iniciativa e trabalho foi por conta dos organizadores. É importante que a Secretaria de Cultura apoie mais efetivamente essas iniciativas porque é isso que forma público, estimula o aparecimento de novos artistas e a criação de mais eventos. Além, é claro, de levar o nome da cidade para a mídia. Bem ao contrário dos eventos com bandas covers que não formam público, não tem mídia espontânea e cobram ingresso. E ainda acontecem numa ilegalidade, já que as bandas tocam músicas de outros artistas que nunca recebem pelo uso indevido de suas composições.
Já as bandas com som autoral divulgam o nome de município. Há algumas que até fazem músicas sobre a cidade. Como a Terremotor. O trio formado em 2015 tem uma canção chamada "Piratas do Lago Aratimbó". A banda também é presença constante nos palcos da região, tocando com frequencia em Maringá e Londrina, levando o nome de Umuarama para outras comunidades. Público interessado em eventos autorais sempre tem em qualquer lugar. Prova foi o lançamento do CD do Terremotor conforme mostram as fotos.






* Confira a página do Terremotor no Reverb Brasil .
* Confira a página do Terremotor no Facebook .
Fotos: Andye Iore

quarta-feira, 26 de julho de 2017

Festival mostra podreira underground com qualidade


A sexta edição do festival Intervenção Underground Cultural foi realizada em Rancharia (SP, a aproximadamente 210km de Maringá), no último sábado (22). O evento reuniu 12 bandas de São Paulo e Paraná no Balneário Prefeito Manoel Severo Lins Neto, no km 50, da rodovia SP-351, a aproximadamente 15km da cidade.
São mais de 3 mil metros quadrados com um grande lago usado pelos visitantes de ecoturismo, como passeios de lancha, jet ski e parapente. Além de ter quiosques e pista de motocross. Há três anos o espaço recebe o festival roqueiro como ocupação durante o Inverno, quando reduz a frequência turística na cidade.

Esse ano foram quase dez horas de muito barulho e consciência social e política nos discursos nos microfones. O festival é bancado pela prefeitura e tem entrada gratuita. Numa rara parceria bem sucedida entre promotor independente e poder público, que serve de exemplo até para os grandes centros no Brasil. Até o prefeito da cidade foi conferir o noise das bandas ao vivo. “O festival agradou mais que o esperado. Foi um festival que caiu no gosto da galera e vem atraindo mais gente a cada edição”, avalia o organizador Fernando Shi, 39 anos.
Além da entrada grátis, o evento tem um som de qualidade para as bandas, bar com preços justos (por exemplo, havia promoção de 3 refrigerantes por apenas R$ 10), e espaço coberto com uma grande tenda de circo com capacidade para receber o triplo da media de 600 pessoas que circularam durante o evento, segundo estimativa da organização. O que acaba atraindo excursões de diferentes estados, com pessoas ficando acampadas em barracas ao lado da tenda.

BARULHO - Mas as atrações principais são mesmo as bandas. E o line up escolhido a dedo apresenta uma mostra variada do cenário underground, com hard core, grind, crust, metal e surf music, indo desde grupos já consagrados no segmento com quase 25 anos de estrada até bandas novas (veja fotos abaixo na ordem das apresentações). E dá-lhe muito barulho nas caixas de som, com distorção, peso e muitos vocais ininteligíveis, até grunhidos. As formações também são variadas indo desde o clássico trio bateria-guitarra-baixo, passando por banda sem baixo, outra com dois vocalistas, outra com saxofone até uma onemanband. Destaque para as duas bandas maringaenses que agradaram em cheio. A novata Turbulence foi a sexta banda no palco e ganhou muitos fãs com seu metal punk. Tanto é que o trio vendeu todas as camisetas que levou. Já a tradicional Desgraceria foi a penúltima no palco e esquentou o frio de quem ficou até o final com seu grindcore.
Entre as atividades paralelas houve uma coleta de produtos para uma entidade assistencial e 15 bancas (o Projeto Zombilly era uma delas) com expositores de camisetas, vinil, CDs, DVDs, fitas K7, livros, bottons, fanzines, artesanato, entre outros. Uma ótima oportunidade de ficar atualizado com o que é produzido entre selos e bandas independentes brasileiras.


DESRESPEITO - Entre tantas coisas bacanas no Intervenção Underground Cultural ressalto apenas duas situações negativas: a primeira é a imbecilidade de jogarem bombinhas num espaço fechado próximo a pessoas que não se conhece. O evento rolando na maior camaradagem e algumas pessoas no fundo da tendam jogaram várias bombinhas. Até mesmo depois que pessoas que se assustaram reclamarem, a idiotice continuou (até mesmo tirando dando risada das pessoas assustadas) contrastando com os discursos de conscientização que eram constantemente falados pelas bandas no palco. Sabe-se que a bebida tem o poder de potencializar a estupidez de quem já é imbecil sóbrio. E a pessoa ao invés de se sentir ofendida por alguém reclamar, deveria se desculpar por desrespeitar quem nem conhece.
A segunda foi que houve uma blitz policial de trânsito próximo ao evento. O que acaba contrariando a iniciativa da prefeitura e da organização em atrair visitantes para a região que lotaram os dois hotéis de Rancharia e consumiram nos estabelecimentos locais. Fica um dilema, já que a polícia cumpre a lei na fiscalização. Mas quem foi de fora e teve a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) apreendida e recebeu multa de quase R$ 3 mil não vai ser simpático em retornar.

No geral, o Intervenção Underground Cultural é um evento exemplar e que merece todos os parabéns. Desde o produtor Fernando Shi, que fez as primeiras edições cobrando ingresso num bar da cidade, até a prefeitura que tem a visão de valorizar a cultura como instrumento social. E, claro, as bandas que mantém viva a ideologia underground como maneira de melhorar a sociedade. Quem quiser entrar em contato com a organização, acesse a página do festival no Facebook
Feces on Display
Deu BO
Bufalos d´Agua
Discrepante
Academic Worms
Turbulence
Chaoslace
Subcut
Desalmado
Surra
Desgraceria
Óbito

Texto e fotos: Andye Iore

terça-feira, 25 de julho de 2017

TMMM faz relato de tour na Europa


O Projeto Zombilly convidou a banda The Mullet Monster Mafia a relatar como foi a turnê “Speed Surfing Demons Euro Tour 2017” realizada entre junho e julho desse ano por cinco países europeus. Foi a quarta vez do trio de surf musica toca no Velho Continente. O baterista Nery Emiliano relatou, depois de ser censurado a escrever no “muletês”. A tour será descrita aqui no blog em posts diferentes que serão publicados nos próximos dias. 
“Vindo aqui dar uma pincelada superficial em como foi a tour do The Mullet Monster Mafia esse ano na Europa. Estivemos na pista, viajando pra diabo todo dia, cheios de coizarada pra fazer e bebendo sempre. É complicado registrar o que rola no dia a dia de uma tour do Mulletão. Então, a convite do nosso brodazzo Andyão "Cadeiêro" Iore, famozasso nos CDP do norte paranaense e força motriz do Projeto Zombilly, nos embrenhamos nessa de escrever umas linhas para quem tiver no grau de saber um pouco sobre como é essa função.
A “Speed Surfing Demons Euro Tour 2017” foi a nossa quarta tour pela Europa. Antes disso, estivemos por lá em 2011, 2013 e 2016. A princípio esse giro nem estava nos nossos planos. Mas a tour de 2016 foi surpreendente pra nós. A recepção foi monstruosa e acabamos recebendo mais convites para voltar esse ano. Incluindo a possibilidade de tocar em festivais. Então, comecei a mexer o bolo no final de 2016. Resultando numa tour de 23 datas passando por cinco países. Rodando mais de 10 mil km e ingerindo uns litros de goles.

- Semana 1, entre e 8 e 11 de Junho:
- Como nós gostamos do jeito mais difícil, acabamos tendo uns problemas doidos no embarque em São Paulo. A princípio o plano era voar pra Amsterdam no dia 6, ficar à toa por lá um dia e depois ir para Paris, onde faríamos nosso primeiro show no dia 8 de junho. Mas acabou que deu uns problemas com os bilhetes aéreos, rolo danado. Ficamos três dias esperando e só conseguimos embarcar no dia 8, direto para Paris graças ao empenho de um truta. Sendo assim, acabamos perdendo o primeiro show da tour (que foi remarcado no final).


- 9 de Junho - Show em Amiens (França)
- Chegamos chegando na Paris. Desembarcamos no veneno de já pegar o trecho e sair logo tocando. Saímos do aeroporto por volta das 10h da manhã e já montamos na van com nosso brother/chapa/xará Pejotinha Rollo Alla e pregamos fogo pra goma dos nossos brothers Adrian e Marion, do Nausea Bomb. Recepção féra demais. Gole, rango e vazamos para Amiens, cidade que fica a aproximadamente 1h30 de Paris. Fomos diretos pro canal do show, um Centro Cultural gerido pela rapaziada de um squat. Pico alucinante, som bom e público presente pra ver as três bandas. o Labouv, Nausea Bomb e nós. Coizarada; começamos com o pé direito, ciganada se amarrou no som e o rabo do tatu estralou bonito no lombo da negada. Depois do show ficamos no merch conversando com a rapaziada e acabamos varando a noite bebendo com o pessoal.

- 10 de Junho - show em Angers (França)
Saímos de Amiens umas 9h da manhã e fomos direto para Angers, cerca de 450km de pista. Caidaços dentro da van por não termos dormido na noite anterior (as vezes rola isso em tour). O show era numa Convenção de Tattoo, a Mad Ink Tattoo Days. Dividimos o palco com mais três bandas e foi féra o show. Tocamos cedo, umas 18hs e o som estava bom. É importante dizer que nesses bangs da Europa, fazemos a tour numa van com todo o backline. Ou seja, viajamos com dois JCM 900 para guitarra, um sistema de baixo, bateria completa e um monte de coisa. Então, toda gig nós tocamos com o "nosso" equipamento. O que é segurança de som bom pra nós e pra ciganice que tá de olho. Essa gig foi armada pelo nosso irmão Cyrill, da Left Hand Tattoo. Depois da gig aproveitamos para deitar o cabelo nos vinho e colocar a prosa em dia.


- 11 de Junho - Show em Dijon (França)
Dá-lhe pista!!!  De Angers para Dijon são cerca de 550km. Uns pedágios brutos e muito sol na cara. Os pedágios na França são desumanos até pra nós que estamos acostumados a pagar um mundo de imposto. Em trecho largo chegamos a deixar 77 euros num posto de pedágio. Dolorido e sem remédio. Mas é o que é. O canal de show em Dijon é o fodasso. Deep Inside, pico típico na França: bar em cima, escada e um calabouço embaixo da terra onde rola o farreado. Nós tocamos nesse canal em 2011, em nossa premera tour na Europa. Então voltar lá foi demais!!! Os donos Oliver (filho de portugueses) e Manu War (esposa do féra) são um absurdo de gente fina. Chegamos e já lascamos nosso ritual diário: estaciona, descarrega, monta o palco, passa o som, monta o merch, arruma a bagunça e espera o show. Nesse tempo de espera fomos pra casa deles onde batemos uma chepa vurulenta, tomamos uns goles cabulosos e escutamos uma ripa de sonzêra. O pico que não é muito grande, ficou socado em pleno domingão. E nós tocamos sozinhos. Rapaziada pirou no show. Um monte de amigos presente, ciganada do Skarekrows, Astro Zombies, The Luciannos... Depois do show ficamos bebendo com a rapaziada local e acabamos encontrando um potiguar que mora em Dijon. Uma francesa que morou alguns anos na Argentina,... Dijon é incrível. Esperamos não demorar seis anos pra voltar ao Deep Inside”.

Texto: Nery Emiliano / Fotos: Arquivo TMMM 

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Festa de amigos vira festival em Piracicaba


O que era para ser uma festa entre amigos virou um festival em Piracicaba (SP, a aproximadamente 580km de Maringá)  e está resgatando o psychobilly na região Noroeste paulista. O Pira Psycho será realizado no dia 21 de outubro com as bandas Ovos Presley (foto acima), Sick Sick Sinners, Asteróides Trio (foto abaixo), The Mullet Monster Mafia, Skullbilies e Os Carboja. O evento terá ainda atividades paralelas como food trucks, bazar cultural, presença de pin ups, entre outros
O festival não tem patrocinadores e apoio da prefeitura. É uma iniciativa do trio de amigos Samuel Almeida, Felipe Munari e Xande Lopes. E será realizado no Sindicato dos Papeleiros de Piracicaba (SINTIPEL), na Estrada Jorge Jacop Diehl (estrada velha Piracicaba/Tupi ), sem número, no bairro Conceição, em Piracicaba. A organização fez parceria com hotel da cidade para uma tarifa mais acessível, para quem é de outras cidades e quiser ir para o evento.
A região sempre teve bandas bacanas do cenário billy, como The Reservoir Dogs, Rinha, Os Carboja, Bad Motors, Diabillys, entre outras. E já foi palco de eventos na década de 2000. O festival além de resgatar essa história, também pode estimular novas iniciativas, já que o público é grande na região para esse tipo de som. Prova que o Pira Psycho tem perfil bacana é que quatro das seis bandas do line up já tocaram no Projeto Zombilly, em Maringá. 


O Zombilly bateu um papo com a organização que comentou como surgiu o festival:
ORIGEM – “A ideia do festival nasceu de uma vontade de um dos organizadores que queria fazer uma brincadeira no aniversário dele com umas bandas psychobilly. Um dia conversando entre amigos o cara falou sério e disse ‘’Mano, eu vou trazer o Sick Sick Sinners pra tocar em Piracicaba’’. Só que nisso a gente já vinha fazendo eventos independentes na cidade e sempre vamos para algumas edições do Psycho Carnival, em Curitiba. Aí falamos: “Não vamos trazer uma banda, vamos tentar trazer o Ovos Presley junto”. Já havia contato com o Guilherme, camarada nosso do Skullbilies, de Curitiba, que a gente estava vendo de fazer um show com a nossa banda, o Drenagem Cerebral, lá em Curitiba e vai rolar junto com os Piolhentos, banda de punk rock do Guilherme. Convidamos os caras que toparam na hora e o festival começou a ganhar forma”.
O Neri, do Mullet Monster Mafia, já havia feito umas edições do Pira Psycho Surf Fest. Lembramos do nome e do festival que era foda e fomos montando a parada. Tinha o Minhoca, que era do Rinha banda da cidade, o Chacal. Que são caras que já são carimbados na cena psychobilly e foi gerando uma troca de ideias com os caras moldando o evento”.

RESGATE – “Na verdade a galera que fazia os eventos da cidade envelheceu Estão mais em casa com família e filhos. Mas, tem alguma coisa aqui. O Mullet Monster Mafia, mesmo sendo surf music, sempre toca por aqui e tem os bares onde rolam os encontros da galera”.

LINE UP – “Não tivemos um critério específico. Foi rolando naturalmente. Na verdade, nessa primeira edição estão vindo as bandas que a gente gosta de escutar diariamente e todos são amigos nossos. Como Os Caborja, banda da cidade que se empolgou quando falamos do festival e resolveram fazer um show de reunião que vai ser imperdível. Quem perder esse pode ser que nunca mais veja os caras. E foi construindo o line do evento até chegar no que tá hoje”.


- Festival Pira Psycho
- Data: 21 de outubro de 2017

- Bandas: Ovos Presley, Sick Sick Sinners, Asteróides Trio, The Mullet Monster Mafia, Skullbilies e Os Carboja 
- Informações sobre o Pira Psycho:
- página sobre o festival no Facebook  . 
- Telefone: (19) 98150-4897. 
- Fotos:Andye Iore / Zombilly

domingo, 23 de julho de 2017

Engolindo a ideia original dos outros


O McDonald´s sempre é alvo de protestos, seja contra o capitalismo, seja contra a matança de animais e consumo de carne. Quem ver o filme “Fome de poder“ (“The founder”, 2016) ficará com mais raiva ainda. O filme pode até dar uma sensação de arrependimento para quem não liga para os protestos e é cliente da rede gastronômica. Isso porque o filme mostra como a empresa foi criada e se desenvolveu se tornando uma das principais companhias alimentícias do mundo.
O motivo da sensação negativa é que o empresa cresceu porque um terceiro sócio, Ray Kroc, tomou a iniciativa e passou na frente dos sócios originais, os irmãos McDonalds, Richard e Maurice, que criaram a primeira lanchonete em San Bernardino, California, no começo da década de 1950.

O filme mostra que do outro lado do país, um fracassado vendedor de máquina de milk shake não tem sucesso em suas diversas investidas comerciais. Até que Kroc recebe um incomum pedido para oito de suas máquinas que sempre eram recusadas pelas lanchonetes e restaurantes. O vendedor decide conhecer pessoalmente o novo estabelecimento que está com grande movimento e comprando mais equipamentos.
Ao chegar, ele encontra o McDonald´s cheio e aborda os donos com interesse em descobrir o motivo do sucesso. Os irmãos McDonalds sempre foram receptivos e não esconderam nada, abrindo a cozinha e os planos. O ganancioso vendedor insiste em se tornar sócio, cria um plano de franquias (que foi rejeitado a princípio pelos reticentes irmãos) e aos poucos vai descumprindo o contrato de sociedade implantando novidades que iam contra a ideologia gastronômica dos irmãos, mas gerava mais lucro para a empresa.
Até que o convívio se torna insuportável. O caso vai parar na Justiça, mas o vendedor acaba superando os sócios originais e numa jogada compra a marca dos irmãos que são proibidos de usar o próprio nome no restaurante, que fecha anos depois pela concorrência do McDonalds que se expande pelo país.
O comportamento de Kroc é tão desprezível que depois de comprar a rede MacDonalds e ficar milionário, ele se separa da esposa que ficou com ele todos os anos de fracasso e acaba com o casamento de um dos franqueados, ficando com a mulher do dono de uma das franquias da rede.

INOVAÇÃO - Entre as curiosidades sobre os bastidores dos negócios está como os irmãos McDonalds criaram um novo sistema de atendimento agilizando os serviços e diminuindo o tempo de espera dos clientes. O que também modificou a maneira como as pessoas comiam lanches na época. Como as tradicionais lanchonetes 50´s retratadas nos filmes com os clientes estacionando o carro ao redor da lanchonete e as garçonetes atendendo de patins. As refeições eram levadas até o carro onde as pessoas comiam.
O McDonalds tem 35 mil pontos de venda em 119 países. Na história formal, Kroc é apresentado como fundador da empresa e dá entrevistas se gabando de como fez a marca crescer, ressaltando seu comportamento de persistência nos negócios.  
O filme tem 1h55 de duração, é dirigido por John Lee Hancock que em 2013 fez outro filme sobre um empresário americano de sucesso, “Walt nos Bastidores de Mary Poppins”, sobre Walt Disney. O elenco de “Fome de poder “ tem Michael Keaton (de "Birdman", 2014) como protagonista interpretando Kroc.
* Veja o trailer de “Fome de poder” .


quarta-feira, 19 de julho de 2017

Bandas de Maringá tocam em festival em SP


O próximo sábado (22) será dia de muito barulho em Rancharia (SP, a aproximadamente 210km de Maringá). Acontece a sexta edição do Festival Intervenção Cultural Underground com 13 bandas paranaenses e paulistas, incluindo duas de Maringá: Desgraceria (foto acima) e Turbulence. “O evento tem grande influencia na cena local e da região”, comenta o organizador Fernando Shi, 39 anos. “Logo após o festival recebo vários contatos de pessoas e bandas a fim de participar e enviando material. Bandas novas principalmente”.
O evento tem uma história interessante e que serve de exemplo para prefeituras de outras cidades, inclusive de grandes centros. O comerciante Shi teve a ideia do festival em 2013 quando voltou a morar em Rancharia depois de viver em Bauru. Ele fez as três primeiras edições cobrando ingresso num bar da cidade e depois conseguiu uma parceria com a prefeitura, fazendo os shows com entrada gratuita para o público. “Me senti na necessidade de criar o Intervenção, pois percebi que  a nova geração não ia fazer e ficaria carente por aqui de eventos como esse”, lembra Shi. O Intervenção Cultural Underground reforça o rock independente na região que já tinha em Presidente Prudente, o festival Prudente Inferno.

MARINGÁ – O underground maringaense está bem movimentado, apesar das poucas opções de espaço para shows. Mas as bandas tem a iniciativa no “do it yourself” e sempre tem destaque em outras cidades, como em Rancharia. “Fui nos dois últimos e não vi nenhum ponto negativo”, elogia o festival o baixista do Desgraceria, Digo Cabrel. “Tudo é a um preço bom e tem bandas de lugares diferentes do Brasil”.
O trio maringaense de grindcore tocará quatro músicas novas que estarão num split a ser lançado em breve com bandas sul-americanas e ainda uma versão de uma das principais bandas do gênero no Brasil.

Outro fã do festival ranchariense é o baterista do Turbulence, Denis Maka  (foto acima). “Eu acho o festival sensacional, equipamento bom, bem organizado, bandas boas”, considera o músico que volta ao Intervenção Cultural Underground depois de já ter ido como público e tocado outra vez. A banda que é uma das mais novas do underground maringaense preparou um set com dez músicas e planeja gravar um disco em breve.

GRÁTIS - O festival Intervenção Cultural Underground acontece na Ilha do Balneário, em Rancharia, a partir das 17h, com entrada gratuita. O local tem boa estrutura com equipamento de qualidade para as bandas e espaços como quiosques para alugar. Também há bancas que vendem materiais das bandas. O Projeto Zombilly representará o Clube do Vinil de Maringá no evento com discos de vinil e bottons e ainda na cobertura do festival.
Rancharia fica na região Oeste de São Paulo, tem 100 anos e população de aproximadamente 30 mil pessoas. A região é agrícola, destacando a pecuária.

BANDAS
Feces On Display – goregrind
Chaoslace Death metal
Academic Worms - noise unx D.I.Y.
Deu B.O. H.C. – hardcore
Desalmado – grindcore
Búfalos D'Água – surf music
Desgraceria – grindcore
Surra – crossover / hardcore
Subcut – grindcore
Hutt – grindcore
Obitto – grindcore
Turbulence - metal punk
Discrepante - punk

- Confira o site do festival Intervenção Cultural Underground .  

Fotos das bandas: Andye Iore

sábado, 15 de julho de 2017

Wander Wildner faz um dos seus melhores shows no Paraíso do Rock


A primeira noite da décima edição do festival Paraíso do Rock, em Paraíso do Norte (a aproximadamente 80km de Maringá) teve um show memorável de Wander Wildner (foto acima). Poucas vezes os fãs o viram tão à vontade num palco como foi ontem (14). Ele alternou o set com músicas mais conhecidas do público, com as do disco novo “A vida é uma toalha estendida no varal” (2017) e ainda tocou “Sandina”, de sua época com Os Replicantes.
O final do show foi de uma grande interação entre banda e público com uma situação bem incomum na carreira de Wander Wildner: um fã subiu ao palco para tocar guitarra e deixar o artista somente cantando. Foi em “Eu tenho uma camiseta...” que foi tocada por Tiago Tu, músico local. O que mostra o quanto Wander Wildner se sente à vontade em Paraíso do Norte, pequena cidade do interior do Paraná que recebeu ontem o sexto show do músico. O que mostra que nem sempre a cidade grande tem os melhores espaços e o melhor público. Que mesmo numa cidade pequena, o artista é respeitado e sua obra incomum é admirada como deve ser.
Depois de terminado o set a madrugada animada ganhou ares de festa com o a banda brindando o público que cantou em coro clássicos como “Amigo punk”, com os microfones tomados pela família Vizzotto, “Eu não consigo ser alegre o tempo todo”, “Mares de cerveja”, “Boas notícias”, entre outras.

A primeira noite teve abertura da já tradicional dupla Cidão & Tuzinho, tocando clássicos das edições anteriores do festival. Em seguida os catarinenses dos Helvéticos mandaram seu rock´n´roll clássico. A boa surpresa que saiu do palco com fãs a mais foram os paraibanos do Seo Pereira & o Coletivo 401 que mantem o mangue beat presente na música brasileira. Wander Wildner foi a quarta atração aglomerando o público na frente do palco. E fechando a noite uma celebração ao psicodelismo com os brasilienses do Almirante Shiva que fez um show em homenagem ao guitarrista e baixista Pedro Souto que morreu esse ano. No final a banda seguiu atendendo pedidos e desfilou um set de clássicos psicodélicos e garage como Jimi Hendrix, The Sonics, entre outros. Mais uma vez o público foi convidado ao palco com Tiago Tu e o maringaense Thiago Guglielmi (do Montanas Trio) dando um show à parte na guitarra e vocal.

DIA DOIS – A comemoração de uma década de Paraíso do Rock está tão bacana que é a primeira vez que o evento pe realizado com calor, apesar de ser Inverno. Tanto é que a sexta-feira que, tradicionalmente, tem menos público e termina cedo, ontem recebeu mais público que o comum e foi até  quase 5h da madrugada. Hoje o festival termina com a confraternização das bandas num churrasco à tarde e shows de Cadillac Dinossauros (PR), Las Diferencias (Arg), Acústicos & Valvulados (RS) e Corpsia (PR).

Fotos: Andye Iore 





sexta-feira, 14 de julho de 2017

Tributo a Belchior abre Paraíso do Rock 2017







O Paraíso do Rock 2017 começou hoje (13) em Paraíso do Norte (a aproximadamente 80km de Maringá). A abertura do evento foi com um Tributo a Belchior com Cidão Tim (vocalista do The Jalmas) tocando violão e o jornalista Jotabê Medeiros falando sobre o livro “Apenas um rapaz latino-americano”, que ele escreveu sobre o cantor e será lançado em breve pela Todavia Editora.
O evento teve ainda participação do grafiteiro local Felipe Newmove fazendo no palco um grafiti de Belchior que foi presenteado para Medeiros no final da apresentação.
O jornalista contou detalhes da produção do livro que começou a ser escrito antes da morte do cantor. Curiosamente, Jotabê Medeiros não conheceu Belchior justamente por outra morte na família, de um irmão, que acabou adiando a viagem que ele faria para encontrar o cantor. O que foi o momento emocionante da noite de hoje, que levou o jornalista às lágrimas ao lembrar das histórias que se cruzaram.
A palestra teve apresentação de discos de vinil da coleção de Medeiros que ajudaram a ilustrar a cronologia da carreira de Belchior. 

Fotos: Andye Iore

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Paraíso do Rock celebra dez anos de rock autoral


O festival Paraíso do Rock, em Paraíso do Norte (a aproximadamente 80km de Maringá) chega em sua décima edição tendo como headliners Wander Wildner (foto), Acústico e Valvulados e uma banda argentina, somando 14 shows no total incluindo os eventos paralelos, com cobertura do Zombilly. São dez anos realizando um festival de rock autoral numa região dominada pelo sertanejo e bandas covers. O desafio do organizador Beto Vizzotto foi encarado sem mudar o perfil do evento, caracterizado pela bandas com som próprio, rock regional nordestino e bandas sulamericanas. 
É uma mostra cultural de dar inveja aos produtores culturais dos grandes centros que não conseguem manter uma marca por tanto tempo na ativa como é o Paraíso do Rock. "É uma década na resistência à massificação da cultura sertaneja , patrocinado pela indústria fonográfica", avalia Vizzotto, que é ex-prefeito da cidade e costuma cantar com as bandas durante o show na frente do palco. "Oferecemos uma alternativa musical para a juventude do Paraná". Outro aspecto importante no histórico do Paraíso do Rock é o caráter amistoso que existe com as bandas, muitas delas retornam para outras apresentações. Bem diferente da formalidade na maioria das cidades onde a banda chega, fica hospedada em hotel, faz o show e vai embora. Em Paraíso do Norte as bandas se confraternizam na casa de Vizzotto em animados churrascos no quintal embalados por sets acústicos dos músicos que se alternam nos instrumentos e microfone. 

EXEMPLO - Um dos melhores exemplos está no gaúcho Wander Wildner que faz esse ano sua sexta apresentação na cidade, incluindo Paraíso do Rock, Festa das Nações no aniversário da cidade e festa particular de aniversário. "É sempre um prazer incrível voltar porque temos boas amizades em Paraíso do Norte. Eles gostam de nós e da nossa música, somos bem tratados e nos divertimos muito. O festival é sensacional, são dez anos. Deve servir de exemplo para todas as cidades". O show de Wander Wildner será na sexta-feira (14) com os clássicos da carreira solo e mais músicos do disco novo "A vida é uma toalha estendida no varal". Ele estará acompanhado de Georgia Branco no baixo e Pitchu Ferraz na bateria. 

Por volta de 2009 Wander Wildner comentava que não escrevia mais músicas novas. O que, felizmente, para os fãs acabou, já que desde 2013 ele fez cinco lançamentos: “Mocochinchi Folksom” (2013), "Existe alguém aí?" (2015), "Wanclub" (2016), "Delírios do sul do mundo em um pub irlandês" (2016) e "A vida é uma toalha estendida no varal" (2017).

O outro headliner desse ano também é gaúcho e também tem muitos fãs na cidade, com as músicas cantadas em coro pelo público. O Acústicos & Valvulados faz sua terceira apresentação na cidade, já tendo tocado em 2010 e 2013. A banda comenta que é muito bacana reencontrar os amigos na cidade e que o set do show será baseado na coletânea "Diamantes Verdadeiros" com os sucessos de 25 anos de banda. 
GRÁTIS - Vale lembrar que o festival oferece camping gratuito com reserva antecipada ligando nos telefones (44) 99909-1744 ou 99940-6699.


O Paraíso do Rock se caracterizou como um evento multicultural e não somente de música. Além dos dois dias de festival que acontecem sempre no final de semana do Dia Mundial do Rock, o organizador Beto Vizzotto (foto à direita) faz questão de realizar eventos paralelos - muitos gratuitos - como Pré-Paraíso, em cidades próximas, valorizando artistas regionais. E também com parcerias como com a argentina Scatter Records, a Cervejaria Araucária, o Projeto Zombilly, o festival londrinense Demo Sul, entre outros. Sem contar que o festival sempre leva produtores e jornalistas de outros estados para participarem do evento. 
 O que acaba sendo uma ótima oportunidade para bandas da região mostrarem seu trabalho. Mas nem todos aproveitam as facilidades, já que há bandas que agendam shows no mesmo final de semana do Paraíso do Rock, se mantendo no seu ostracismo local ao invés de aproveitarem a chance de entregarem seu material para produtores e jornalistas que visitam o Paraíso do Rock, tentando melhor sorte na carreira. 

PARCEIROS - Entre os eventos paralelos desse ano teve o Pré-Paraíso na Cervejaria Araucária, no dia 10 de junho, com bandas de Maringá e Londrina; show com a banda Histeria, no Jumbs Bar, em Paraíso do Norte, no dia 7 de julho; a 24ª Feira do Clube do Vinil de Maringá, com show de Tiago Tu, no dia 9 de julho; e por último o Tributo a Belchior com Cidão Tim (vocalista do The Jalmas) e o jornalista Jotabê Medeiros (da revista Carta Capital) lançando seu livro "Apenas um rapaz latino-americano", na próxima quinta-feira (13), às 19h30, na Casa da Cultura de Paraíso do Norte. (A.I.)

Integração social e cultural reúne músicos e profissionais de outros países
O festival Paraíso do Rock ganhou destaque também pela integração sócio-cultural que promove entre músicos, jornalistas e produtores brasileiros e estrangeiros. Nos dez anos do evento já foram dez bandas internacionais que se apresentaram no palco em Paraíso do Norte. 
O desse ano será o trio argentino de garage rock Las Diferencias (foto à direita), que ganhou no mês passado o Prêmio Gardel de Melhor Disco de Novo Artista de Rock na Argentina, pelo “Al borde del filo”, o segundo album da banda. “Quando estávamos começando, perguntávamos se algum dia o rock nos levaria a compartilhar nossa música com os brasileiros”, lembra o baterista Nicolas Heis, sobre o sonho realizado ao tocar no Paraíso do Rock. 
 O Las Diferencias toca garage rock, gênero que tem garantia de shows animados, barulhentos e muitos fãs no underground. “O garage nunca foi um estilo do mainstream. Mas, tem seu pequeno e fiel grupo de seguidores na maior parte do mundo”, afirma Heis que pretende conhecer grupos novos de garage em sua curta viagem ao Brasil, citando que conhece algumas bandas antigas, mas sabe que tem muitos grupos garageiros novos e de boa qualidade. (A.I.)

GRINGOS
Dead Elvis (Holanda)
Pelea de Galos (Argentina) 
The Great Munzini (India) 
Amazing Onemanband (Uruguai) 
NormA (Argentina) 
Vale de Muñecas (Argentina) 
Molina y Los Cosmicos (Uruguai) 
Los Cocineros (Argentina) 
Jarrah Thompson (Australia) 
Expulsados (Argentina) 

PARAÍSO DO ROCK 2017 
Local: CTG São Jorge, em Paraíso do Norte 
Horário de abertura: 21h Início dos shows: 22h 
Site: www.paraisodorock.com.br
  • 14 de julho (sexta-feira): 
  • 22h - Helvéticos (SC) 
  • 23h30 - Seu Pereira e o Coletivo 401 (PB) 
  • 1h - Wander Wildner (RS) 
  • 2h30 - Almirante Shiva (DF)
  • 15 de julho (sábado): 
  • 22h - Cadillac Dinossauros (PR) 
  • 23h30 - Las Diferencias (Arg) 
  • 1h - Acústicos & Valvulados (RS) 
  • 2h30 - Corpsia (PR)
Texto e fotos: Andye Iore 
Foto Las Diferencias: Diego Giménez