terça-feira, 31 de março de 2015

Mercado de vinil na Argentina é crescente, mas caro

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Os vizinhos argentinos fãs de discos de vinil estão como os brasileiros: vivem uma euforia pelos bolachões. O comércio de discos está bem movimentado com lojas, colecionadores e muitas opções pela internet. A Argentina tinha um grande mercado de vinis quando também foi afetado como o Brasil em meado da década de 1990 pelo avanço do CD. Os jovens sempre foram muitos fãs de Rolling Stones, Queen e Ramones (que influenciaram bandas locais) e os adultos se deliciavam com os vinis de MPB na fronteira brasileira em época de desvalorização do real em relação ao peso argentino. Era comum ouvir nas lojas de discos nas temporadas de férias os argentinos perguntando o que tinha de Chico Buarque na loja, por exemplo. “Dame todo!”, dizia o cliente argentino que saia da loja com sacolas lotadas de fitas cassete e vinis.
Hoje a situação é diferente. O mercado na Argentina tem duas curiosidades em relação ao brasileiro. A primeira são discos mais caros. Até mais que os americanos em dólar hoje para os brasileiros.
Por exemplo, um disco usado em edição argentina do Ozzy Osbourne, “Bark at the moon”, pode custar em torno de US$ 30 (quase R$ 95). Um disco importado novo do Joy Division pode custar aproximadamente US$ 70 (quase R$ 220).
E a segunda curiosidade é que muitos dos discos lançados por selos argentinos têm os títulos traduzidos para o espanhol.
O que, por um lado, seria a valorização cultural do país, por outro nem sempre é bem aceita entre os colecionadores. A tradução dos nomes das bandas, títulos dos discos e das músicas começou por uma lei na época da ditadura militar e seguiu até meados da década de 1990. O que também influenciou as bandas, porque poucas gravam em inglês, com a maioria cantando em espanhol.
O Projeto Zombilly entrevistou três colecionadores argentinos que também vendem discos atualmente. Eles falaram sobre como anda o mercado fonográfico, sobre os preços e opções nas garimpagens, entre outros assuntos como a tradução dos títulos. “Os discos até a década de 1980 eram traduzidos. Eu prefiro os nomes originais. Acho que é melhor para a obra”, opinou Pablo José, da Scatter Records. “Isso acontecia quando os discos eram editados aqui. Eu não gosto. É como colocar alguém para dublar a voz em espanhol”, disse o colecionador Hernan “De Vinilos Coleccionista”. Já o músico e colecionador Lee Urso brinca com a situação. “Aqui, as traduções são comuns. Pessoalmente, não me incomoda. Às vezes, até me divirto ver as traduções nos discos. Como a música “Honey hush”, do Johnny Burnette, que virou “Taponcito de Miel”.
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ENTREVISTA
ZOMBILLY - Como esta o mercado de vinil em Argentina?
LEE URSO
– Aqui podemos dizer que o mercado está em seu melhor momento. Nos últimos dois, três anos cresceu muito o colecionismo de vinis na Argentina. Há alguma coisa de moda e de reculturização do disco de vinil.
PABLO JOSE – Está acontecendo um boom do vinil, como no resto do mundo. Há poucos discos novos e um forte mercado de discos usados, de edições argentinas, de quando existia fábrica de discos aqui. Isso é muito interessante. Há muita gente interessada e envolvida no colecionismo fonográfico.
DE VINILOS COLECCIONISTA – O mercado argentino não está no seu melhor momento. Há barreiras para as importações. A maioria dos discos acessíveis é dos que sobraram de outras épocas. De qualquer maneira, há muito interesse por discos novos e usados. E cada vez mais colecionadores.
Como é o preço em comparação com o dólar?
LEE URSO
- Aqui eu acho que passa um do pouco do que custa em outros países no geral. Mas varia muito. Você pode encontrar uma copia do “End of the century”, dos Ramones, por US$ 40, US$ 50, US$ 80... assim sem limites.
PABLO JOSE – No geral, os preços dos discos de vinil novos são caros em relação a Europa e Estados Unidos. Uma media entre US$ 50 e US$ 60. Os discos usados na faixa entre US$ 20 e US$ 40.
DE VINILOS COLECCIONISTA – Diria que numa relação em dólar, os discos aqui custam entre o dobro e o triplo do que custam em outros países.
Tem muitas lojas na Argentina que vendem discos de vinil?
LEE URSO
– Sim! Tem muitas lojas de discos e, por sorte, lojas históricas com mais de 30 anos que seguem abertas até hoje.
PABLO JOSE – Há várias lojas que recomendo. Como a clássica Abraxas, passando pela Exiles Records, Oid Mortales, Rock & Freud e a Anthology.
DE VINILOS COLECCIONISTA – Havia lojas pequenas que fecharam e algumas novas em menor quantidade.
Como você trabalha com discos de vinil?
LEE URSO
- Eu coleciono todos os formatos. Discos de 78 RPM, compactos de 33 e 45 RPM, discos de 10” e long plays. A maioria dos meus discos é de rockabilly e blues primitivos, também de boogie woogie, jazz, tango e algumas bandas clássicas da década de 1970 e do final da de 1980.
PABLO JOSE – Temos uma pequena coleção de 400 discos de vinil e uma loja online com títulos, na maioria, novos.
DE VINILOS COLECCIONISTA – Eu coleciono e vendo discos. Coleciono rock clássico, alternativo, pos punk e alguma coisa de jazz.
É fácil encontrar discos das décadas passadas na Argentina?
LEE URSO
- Esses são os mais difíceis de achar. Especialmente das décadas de 1950, 1960 e 1970. Se encontra alguma coisa, mas os da de 1950 são muito difíceis.
PABLO JOSE – Sim. Porque a Argentina produzia discos até a década de 1990. Então, há boas oportunidades para achar bons discos. Por exemplo, consegui um disco edição argentina da época do primeiro álbum dos Trashmen em excelente estado. Ele estava numa pilha de discos de tango. É questão de tempo e paciência para encontrar coisas boas.
DE VINILOS COLECCIONISTA – Depende do que procura. Os discos do Queen estão em todos os lugares. Mas os discos raros são cada vez mais difíceis de achar porque eles vão para as mãos dos colecionadores que não costumam vender.
OS ENTREVISTADOS:
Lee Urso, 44 anos, baterista da banda Los Primitivos, de Buenos Aires.
COLEÇÃO: mais de 800 discos.
DISCO RARO: “Johnny Burnette Rock´n´Roll Trio”, edição original de 1956.
Página no Facebook.
Pablo José Hierro Dori, 39 anos, proprietário da Scatter Records, de Buenos Aires.
COLEÇÃO: 400 discos
DISCO RARO: The Trashmen, “Surfin' Bird”, de 1967.
Página no Facebook.


Hernan “De Vinilos Coleccionista”, 28 anos, engenheiro de som, de Buenos Aires.
COLEÇÃO: 300 discos
DISCO RARO: “Velvet Undergorund & Nico”, edição francesa de 1971.
Página no Facebook.

Imagens: acervos pessoais

segunda-feira, 30 de março de 2015

Motorista abandona profissão para consertar aparelhos na garagem

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Quem gosta de coisas antigas ou faz parte de algum grupo sobre colecionismo vive uma espécie de vicio sem fazer mal à saúde. E tem gente nesse meio que tem o privilégio de fazer do hobby um meio de sobrevivência. Assim é com o caminhoneiro londrinense Alécio Manccini, 49 anos (foto). Ele deixou a profissão de dirigir caminhões para viver de consertar e vender aparelhos antigos.
Tudo começou há quatro anos quando um amigo mostrou um aparelho de som que havia comprado. Manccini gostou da iniciativa, comprou um também e não parou mais. Hoje ele tem aproximadamente 300 aparelhos em casa onde gosta de ouvir música internacional das décadas de 1980 e 1990. E fez da garagem sua oficina e ainda alugou a garagem da vizinha para caber todo seu acervo. “A família não reclama se eu não levar os aparelhos para dentro de casa”, brinca o apaixonado Manccini por eletrônica, que tem a ajuda da filha de 22 anos no hobby profissional, batizado de Antiguidades A Toca, na rua Vanderleia Delalibera, 128, no Jardim Indusville, em Londrina (PR).
E são muitos toca fitas, radiolas, amplificadores, televisores, telefones, filmadoras, máquina de costura, entre outros. Alguns verdadeiras raridades como amplificador valvulado, que custa em torno de R$ 1,2 mil. Além de também ter um estoque das saudosas fitas cassetes e VHS virgens lacradas.
Fotos: Andye Iore
* originalmente publicado no blog do Clube do Vinil de Maringá.
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terça-feira, 24 de março de 2015

Galeria The Freeborn Brothers + Them Old Crap

Bandas: The Freeborn Brothers + Them Old Crap
Data: 20 de março de 2015
Local: Casa da Vó Bar, em Maringá (PR)
Fotos: Andye Iore


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The Freeborn Brothers
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Them Old Crap
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The Freeborn Brothers & Them Old Crap

Serie “American Recordings” será relançada em box com vinis

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Os fãs de Johnny Cash já podem preparar o bolso. A serie “American Recordings” será relançada numa edição especial em vinil. O box virá com os sete discos (um deles é duplo) lançados originalmente entre 1994 e 2010. A previsão é do box chegar às lojas americanas hoje (24).
A serie foi produzida por Rick Rubin e lançada pelo selo do produtor. Os discos tem músicas inéditas de Johnny Cash na época e algumas regravações, seja de clássicos do rockabilly, gospel e country, como também versões de sucessos radiofônicos contemporâneos. O que rendeu prêmios a Johnny Cash, que morreu em 2003. Os dois últimos discos da serie foram lançamentos póstumos.
O box em vinil da "American Recordings" deve custar, em media, U$ 150, aproximadamente R$ 525 no cambio atual.
 
SERIE (capas na imagem acima):
American Recordings (1994)
American II Unchained (1996)
American III: Solitary Man (2000)
American IV: The Man Comes Around (2002)
American V: A Hundred Highways (2006)
American VI: Ain't No Grave (2010)


Texto originalmente publicado por Andye Iore no blog do Clube do Vinil de Maringá.

quinta-feira, 19 de março de 2015

The Freeborn Brothers promete grande festa descontrolada na tour

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A banda polonesa The Freeborn Brothers chama atenção no palco pela curiosa formação de duo que mistura rockabilly, garage rock, bluegrass e música cigana. Isso com Matt e Niko se alternando em seis instrumentos e os dois cantando. “Decidimos fazer o som como dois homens orquestra”, disse Niko Somethingski, dando um novo conceito ao gênero onemanband. Ele é responsável pelo banjo, washboard e percussão no pé. Enquanto Matt toca guitarra, bateria, acordeão e percussão nos pés.
A banda surgiu depois que Niko e Matt cansados de desentendimentos com seus parceiros da banda de rockabilly Jet-sons, decidiram montar um projeto com menos pessoas e fazer um som diferente... que eles não conseguem definir até hoje.
The Freeborn Brothers está encerrando sua tour brasileira “Gypsy Hobo Trash Grass Orchestra!” com 13 shows. O penúltimo show acontece amanhã (20) no casa da Vó Bar, em Maringá, a partir das 21h. O ingresso custa R$ 25.
O Projeto Zombilly bateu um papo com Niko que falou sobre a experiencia de tocar no Brasil e o que o público pode esperar do show em Maringá.

ENTREVISTA
ZOMBILLY - Como tem sido a tour brasileira?
NIKO - 
A turnê brasileira está incrível. Nós estamos gostando muito. Isso é uma experiência nova para nós e nos colocou num nível diferente de viajar e tocar a nossa música para as pessoas.
Como é tocar num país com uma cultura completamente diferente da sua?
É tudo ótimo! As pessoas são agradáveis conosco ​​e estão curtindo a nossa música e enlouquecendo com a gente nos shows. É algo que acontece naturalmente... e isso não acontece na Europa.
A formação de vocês não é muito comum. Como vocês chegaram nesse formato?
Decidimos fazer o som como dois homens orquestra e é isso! Tocamos seis instrumentos em duas pessoas no palco. Isso faz com que o show seja mais difícil para nós para tocar e mais divertido para o público. Tem funcionado bem até agora.
Como será o set do show em Maringá?
Eu não sei o que vai rolar ... cada show é diferente e estamos tentando encaixar com o que as pessoas esperam e o que elas sentem na hora. Com certeza que vamos dar o nosso melhor para ter o público conosco e se divertindo bastante.
O que está planejado para o The Freeborn Brothers?
Nós vamos voltar para casa e fazer mais shows na Europa. Alguns em festivais e outros shows em clubes. Para o final do ano vamos fazer um novo disco. Também estamos tentando tocar em outros continentes .. espero que tudo dê certo para nós.
Vocês tiveram tempo de conhecer bandas brasileiras?
Conhecemos o Them Old Crap que nos ajudou a vir para o Brasil e está viajando concosco. Eles são uma boa banda e ótimas pessoas. Também conhecemos a Mary Lee no ano passado na Europa!



* Confira o site do The Freeborn Brothers.
* Confira a página do The Freeborn Brothers no Facebook.

Foto: Divulgação

terça-feira, 17 de março de 2015

Zombilly no Radio - Podcast The Freeborn Brothers

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Voltamos com mais uma edição do programa Zombilly no Radio em versão podcast. Temos lançamentos do The Violentures, Wander Wildner, Karne Krua, The Great Munzini e também nova vinhetas.
Além de falarmos sobre o show da banda da Polônia, The Freeborn Brothers, em Maringá essa semana, do show do The Sonics que vimos em São Paulo, da feira do Clube do vinil de Maringá, entre outros assuntos bacanas.
* baixe aqui o arquivo em MP3 desse programa (60MB).
TRACK LIST:The Violentures - Surfin lava
Brian Oblivion & Seus Raios Catódicos - Espectro de Plank
Wander Wildner - Uma angústia presa na garganta
Karne Krua - Quando o Homem Vira O Animal
The Freeborn Brothers - Heart is dying
The Freeborn Brothers - Poor Widow
The Great Munzini – Telepatia
The Anomalys - See me bleed
The Sonics - Boss Hoss
Zombilly no Radio – 17 de março de 2015
Edição em podcast - Duração: 33 minutos
Acervo, produção, edição e apresentação: Andye Iore

Baixe aqui o arquivo em MP3 (t
amanho: 60MB)
Trilha de fundo: The Specials e Lee Perry
O Zombilly no Radio vai ao ar na UEM FM aos sábados às 18h e quarta-feira às 23h59
Para ouvir:
- UEM FM 106,9 ou no site da radio .

segunda-feira, 16 de março de 2015

Sai terceira edição d´O Banhero Selvagem

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Demorou, mas saiu. A terceira edição da revista O Banheiro Selvagem já está nos pontos de venda mais bacanas da cultura independente.
A nova edição tem 32 páginas coloridas feita em papel offset 150 gramas com uma tiragem de mil exemplares. O quadrinhista Pietro Luigi colocou em prática o planejamento de ter mais colaboradores e ampliar o conteúdo da publicação além dos quadrinhos.
Dessa forma, além dos quadrinhos do autor e editor Pietro Luigi, também tem HQs de David Elshout, Chico Felix, Luiz Berger, Victor Bello e mais a participação de Rogério Skylab, Andye Iore e Marcelo Mara com textos. Esse grupo conseguiu produzir um material que coloca O Banheor Selvagem em destaque num segmento do mercado editorial brasileiro muito carente nos últimos anos. A linha editorial manteve o perfil underground, mas com um bom acabamento gráfico.
O Projeto Zombilly estreia como colaborador com uma reportagem sobre a banda croata The Bambi Molesters que fez uma tour no Brasil em janeiro, com algumas curiosidades anotadas dos papos com a banda na passagem por Londrina (PR).A terceira edição de O Banheiro Selvagem está à venda na banca do Projeto Zombilly nos eventos ou para entrega pessoalmente em Maringá ou Cianorte.
* Confira o site d´O Banhero Selvagem.
* Confira a página no Facebook d´O Banhero Selvagem.
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sexta-feira, 13 de março de 2015

Uma tour tosquera de quatro dias por São Paulo

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The Sonics tocando em São Paulo
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Andye Iore grudado no palco, do lado esquerdo, em destaque no círculo em branco
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O Lendário Chucrobillyman representou o rock tosquera brasileiro
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Drakula com novo repertório de um EP que sairá em vinil
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The Boneyard Club com bom repertório e postura ao vivo
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Rock tosquera indiano acrobático com The Great Munzini
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Um Amazing incomoda muita gente... dois Amazings incomodam muito mais...


Sempre que viajo procuro aliar o trabalho com a possibilidade de ver algum show bacana. A minha última viajem para São Paulo foi uma das mais bacanas nesse sentido. Fui buscar encomendas de discos para a feira do Clube do Vinil (passando em seis lojas de discos), vi o show das lendas do The Sonics e estiquei até Campinas, Sumaré e Sorocaba para rever amigos e ver shows bem legais.

Ainda estou impressionado com o show do The Sonics. Cinco tiozinhos com idade media de 65 anos entram no palco com camisas country e parece que você está vendo aqueles idosos que vão comer pastel na feira e mal conseguem andar.
Aí começa o show e mal dá para acreditar: barulho, distorção, bateria espancada e vocais gritados. E seguem músicas que você ouve por muitos anos (e que eu sempre toco no rádio ou no som dos shows do Projeto Zombilly).

Eu grudei da frente do palco e não saí até o final do show. Era uma daquelas situações que você guarda na memória para sempre. Ver ali a poucos centímetros de distância músicos que você sempre admirou e que jamais achava que veria ao vivo. De cara ouvir "Cinderella" abrindo o show sentindo o som da caixa à minha frente direto na pele. E o set alternou músicas novas do disco novo - "This is The Sonics", gravação de album de estúdio depois de quase 50 anos - com clássicos e versões de The Wailers, Little Richard, Richard Berry.
Foi bonito de ver e ouvir o público cantando a groovy "Have love, will travel" e quase se descabelar com "Psycho" fechando o set. Lógico que a banda voltou para o bis. A nova "I don´t need no doctor" (versão de Ray Charles) e as clássicas "Strychnine" (uma música ruim para pessoas ruins ensinada pelo The Cramps) e "The witch" que deixou qualquer fã mais fã ainda.
Vale ressaltar a simpatia da banda visivelmente feliz por tocar para um público que conhecia seu som e cantava junto. Isso fez com que eles continuassem a tocar mesmo com os problemas e falhas do equipamento no palco. Aliás, uma péssima escolha o Audio Club para esse show. Além do péssimo som, seguranças despreparados para lidar com pessoas em evento, atendimento ruim nos balcões e faltou cerveja.

MONOBANDA - Mas, valeu pelo grande show. A noite começou com o curitibano O Lendário Chucrobillyman emocionado e ansioso: "Nem esperava tocar aqui para tanta gente e abrindo pro Sonics...", disse no começo do set que teve músicas aceleradas para botar o público já no clima do garage rock tosquera. O show foi baseado no disco novo "ManMonkey" e encerrado com uma versão de Hasil Adkins.

TURISMO - De São Paulo fui para Campinas ver o show do Drakula no Fomento Skate Spot, em Sumaré. Sempre bom ver show dos amigos do Drakula e teve uma surpresa bacana com show da banda de hard core The Boneyward Club, influenciada por Circle Jerks e Agent Orange.

De Campinas fui para Sorocaba encontrar outros amigos. A festa começou com show do sempre divertido The Amazing Onemanband. E seguiu com o trio formado pelo uruguaio Coco, o holandês G e o paulistano Luis Tissot é que  diversão garantida no palco como The Great Munzini, na loja Revolver Kustom. Para o público e eles mesmos que saem suados do show. Bons papos depois do show, uma soneca num hotel e novamente rodoviária para São Paulo pegar o ônibus de volta para Maringá. Uma maratona cansativa, mas muito feliz e cheia de camaradagem.
Um agradecimento aos amigos Adelvan Barbosa (de Aracaju) pela companhia sempre legal, ao Renan Fattori pela hospedagem sempre acolhedora, pelo Vitor Leite também pela camaradagem de sempre e tantos outros amigos que reencontrei nesses quatro dias de viagem. Até mesmo aqueles que só dei um tchau de longe porque não queria perder meu lugar na frente do palco no show do The Sonics.


SETT LIST DO THE SONICS:
Cinderella
Shot Down
He’s Waitin’
Dirty Robber
Have Love, Will Travel
Sugaree
You’ve Got Your Head on Backwards
Be A Woman
I Got Your Number (666)
Keep a Knockin’
Bad Betty
Boss Hoss
Hey Mamma Look At Little Sister
Money (That’s What I Want)
Louie Louie
Psycho
BIS: I Don’t Need No Doctor
Strychnine
The Witch
Fotos: Andye Iore / Foto do Sonics no palco: Mila Maluhy

quarta-feira, 4 de março de 2015

Lenda do garage The Sonics faz show no Brasil pela primeira vez

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Está chegando o grande dia para os fãs do rock tosquera no Brasil. A lendária banda The Sonics toca em São Paulo amanhã (5). O show será no Audio Club (avenida Francisco Matarazzo, 694, na Água Branca), com abertura da onemanbanda O Lendário Chucrobillyman a partir das 21h. É a primeira vez que a banda formada em 1960 toca no país.
No palco estarão cinco “tiozinhos”, sendo que o tecladista e vocalista Jerry Roslie está com 70 anos e já é avo. Mas, os vocais gritados continuam como na adolescência. Assim como os sons rápidos e distorcidos que influenciaram bandas no mundo todo, inclusive no Brasil. “Estou bem ansioso para esse show”, comentou o curitibano O Lendário Chucrobillyman, que custou a acreditar que o convite para a abertura do show era real.
Ele fará um set de 40 minutos, baseado no disco “Man Monkey”, lançado no ano passado, e pode rolar um som novo que ele compôs recentemente. Aliás, a abertura desse evento é digna de elogios porque dificilmente se colocam bandas de gêneros parecidos com a banda principal para a abertura. Em muitos eventos é comum colocar bandas com outro gênero, irritando o público pela “tortura” e espera.
The Sonics lançou primeiro disco em 1965. “Here Are the Sonics“ tem clássicos roqueiros como “Psycho”, “The witch”, "Strychnine", “Boss Hoss”, entre outros. Surpreendentemente, depois de 35 anos a banda voltou ao estúdio para gravar um disco novo. “This is the Sonics” será lançado no dia 31 de março.
Vale ressaltar uma situação no ingresso. Foi anunciado o ingresso antecipado a R$ 140. Mas, se você comprar pelo site divulgado, ele pode passar de R$ 200 pela taxa e pela sua opção de receber o ingresso em casa. Saiba mais sobre o show no site do Audio Club.
Fotos: Divulgação

terça-feira, 3 de março de 2015

Banda polonesa de garage/rockabilly toca em Maringá

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O Projeto Zombilly faz seu primeiro show em 2015 com uma banda gringa. O duo The Freeborn Brothers (foto) vem da Polônia para uma tour no Brasil com 13 shows divulgando o disco “Gypsy Hobo Trash Grass”, lançado no final do ano passado, e passará por Maringá no dia 20 de março, sexta-feira. O show será no Casa da Vó Bar, com abertura do Them Old Crap, banda de bluegrass outlaw, de Londrina.
Esse é mais um daqueles eventos que começa cedo e acaba cedo, com o público podendo ir para outra festa depois ou ficar no bar batendo um papo com as bandas e ouvindo som tosquera a cargo do Projeto Zombilly.
O The Freeborn Brothers mistura garage rock, rockabilly e bluegrass numa formação com um tocando como monobanda, outro com banjo e os dois cantando. Os shows são animados e eles já foram muito aplaudidos na versão europeia do festival Muddy Roots Festival, que reúnea nata do country rock mundial.
Matt e Nico já estão no Brasi onde começam amanhã (4) a tour Gypsy Hobo Trash Grass Brazil Famila Tour, produzida pela Gordélio Records. O programa Zombilly no Radio fará um especial com o The Freeborn Brothers.
Agradecemos os apoios que possibilitaram a realização do evento: Casa da Vó Bar, Hurricane Skates, Benê Tattoo, Cervejaria Araucária, Paraíso do Rock, Escola Fábio Alencar, Full Dead, UEM FM, Maringá Rock, Melomano Discos, Breaknecks e Clube do Vinil de Maringá.
Confira as datas da tour do The Freeborn Brothers:
4 de março – Rio de Janeiro (RJ) – Saloon 79
dia 5 – Belo Horizonte (MG) – A Obra
dia 6 – TBA
dia 7 – S.S. do Oeste (MG) – Rancho Fenix Rodeo Fest
 ia 8 – TBA
dia 11 – Franca (SP) – CDA Motorocker Bar
dia 12 – Jaboticabal (SP) – Zeppellin Pub
dia 13 – São José do Rio Preto (SP) – Casa Kenty
dia 14 – Botucatu (SP) – Restaurante Celeiro
dia 15 – Mogi-Guaçu (SP) – O profeta
dia 18– TBA
dia 19 – Londrina (PR) – Menina Bar
dia 20 – Maringá (PR) – Projeto Zombilly, no Casa da Vó
dia 21– Araucária (PR) – Local a Definir

LINKS
* Confira o site do The Freeborn Brothers.
* Confira o facebook do The Freeborn Brothers.

* Veja video de “Poor window”, do The Freeborn Brothers.
* Veja The Freeborn Brothers tocando no Muddy Roots Europe 2014.

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segunda-feira, 2 de março de 2015

A bandidagem imoral dos gaúchos do The Jalmas

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Uma das bandas novas que mais curto (e já toquei no Zombilly no Radio) é a gaúcha The Jalmas. Graças, mais uma vez, ao festival paranaense Paraíso do Rock. O quinteto tocou no evento no ano passado e voltou a Paraíso do Norte no último final de semana para tocar na festa de aniversário do prefeito e organizador do festival, Beto Vizzotto.
A banda prepara o segundo álbum a ser lançado esse ano depois de uma estreia muito elogiada com o disco “Dos Palcos aos Cabarés”, lançado no ano passado com dez músicas. Eles já trabalham no novo repertório, com a participação do novo baterista Marcos Rübenich (do Walverdes, Bidê ou Balde), inclusive tocando algumas canções nos shows.
The Jalmas foi formada em 2012 em Caçapava do Sul e depois se mudou para Porto Alegre onde faz parte do cast da produtora Marquise 51 Records. A sonoridade é o tradicional rock´n´roll clássico das melhores bandas gaúchas, com aspectos modernos e dançantes, resgatando bandas como TNT e Cascaveletes.
As letras falam de festas, bebedeiras, garotas, sexo, bares, entre outros aspectos imorais da diversão boemia juvenil. Como na autobiográfica “Natasha”: “No show tem The Jalmas, todo mundo loucão...”. E, claro, como é tradição no rock gaúcho, podiam faltar referencia a algo de Porto Alegre, como citar a Cidade Baixa.
Mas, a música que melhor ilustra o espírito “jalmense” é a grudenta “Eu sou bandido”, que ganhou um dos vídeos mais bacanas entre as bandas contemporâneas, recheado de beldades na perdição. “Nos meus 35 quero estar bem vivo, comendo uma garota que me chame de tesão. Nos meus 45 quero estar perdido correndo com meu carro em plena contra mão...”.
Outro destaque está nos palcos. A banda tem uma boa performance ao vivo, destacando o inquieto vocalista Cidão que levanta o público. Ouvir The Jalmas é entrar na bandidagem do rock´n´roll esquecendo o que se tem para fazer amanhã.
FORMAÇÃO: Cidão (vocal), Kiko (guitarra), Thomas (guitarra), Eduardo Soller (baixo) e Marcos Rübenich (bateria).
LINKS:
* Confira o site do The Jalmas.
* Confira o Facebook do The Jalmas.
* Veja o video de "Eu sou bandido", do The Jalmas.
Fotos: Andye Iore