segunda-feira, 28 de março de 2016

“Batman vs Superman” é a Bosta do Ano



Esse post tem spoilers

Se existisse um premio chamado a Bosta do Ano em 2016 ele iria para o filme “Batman vs Superman – A origem da Justiça” que está e cartaz nos cinemas brasileiros. É tanta bosta junta que você sai do cinema com a sensação de ter sido enganado... claro, se você tiver as referencias históricas dos quadrinhos. Se você é desses nerds alienados que vivem na frente do vídeo game e veem o mundo pela internet, vai adorar, mesmo não sacando muita coisa.
O filme não rende por si só, apenas pelo enredo. Ele foi feito como um gancho para a “Liga da Justiça” que estreará em 2017 e já tem continuação prevista para 2019. E, claro, tentar fazer o sucesso comercial que os filmes com personagens da Marvel conseguiram. Já que as franquias da DC como Batman e Superman foram um fiasco. Aliás, o Batman no cinema parece ter a sina de ser um pior que o outro. E esse de Ben Affleck é quase unanimidade entre os fãs dos gibis como um dos mais ridículos. Santa Bosta, Batman!
Entre os inúmeros desrespeitos para com os fãs dos quadrinhos está na parte final quando Superman da um último golpe no que aparente ser um indestrutível Apocalipse. A mitologia diz que basta Superman se aproximar de kriptonita que ele fica fraco e cai. Nessa cena, ele pega uma lança de kriptonita e voa por vários metros segurando a arma próxima ao corpo até crava-la no vilão. Bosta de Krypton!
A sensação que eu tenho é que os produtores chegaram com a seguinte ideia: vamos pegar vários personagens clássicos e vamos deturpar todos com atores famosos. E conseguiram muitas bostas! Um Jesse Eisenberg medíocre como Lex Luthor, um Laurence Fishburne como um sonso editor Perry White do jornal Planeta Diário, mais o Jeremy Irons como o mordomo Alfred.
Para foder de vez nesse quesito, na parte final aparece o bostão do Kevin Costner como Jonathan Kent, o pai terreno de Clark. Sem necessidade nenhuma. Kevin Costner tem no curriculum vários dos piores filmes da história e não precisava ter um ator famoso nessa sequencia que dura pouquíssimo tempo.
Outra coisa que pode até passar, mas os fãs mais radicais das HQs não engolem foi a criação do Apocalipse. No gibi ele tem origem em anciões de Krypton. Mas no filme o vilão foi criado por Lex Luthor a partir do general Zod. Bosta!
Mais referência ao Apocalipse é que no filme há sequencias bem na onda de vilões de outros dois filmes de HQs: “Hulk” (de Ang Lee, 2003) e “O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro” (de Marc Webb, 2014). Onde os vilões surgem depois de experimentos em laboratório e ficam mais poderosos ao consumirem energia de algum ponto. Bosta tripla! E nessa onda, Zack Snyder abusou das cenas noturnas de ação. E, no aspecto técnico, isso facilita e muito colocar os efeitos especiais para não parecerem tão fakes. Outros blockbusters de sucesso, como “Star Wars” e “Parque dos Dinossauros”, tem muitas cenas de ação com efeitos especiais de dia e com ótimos resultados.
CURTI - Vale prestar atenção na trilha sonora que além do mestre em blockbusters Hans Zimmer, também tem o bacana Richard Cheese, especialista em fazer releituras rockabilly. Aspectos que deixam os fãs animados em “Batman vs Superman” são as referências a Teen Titans e Darkseid. E também as rápidas aparições de Aquaman, The Flash e Cyborg. E ressaltar o aspecto do crossover que é bacana de ver no cinema. Afinal, nos gibis já era um acontecimento isso.
“Batman vs Superman” tem 2h31 de duração e será lançada uma versão do diretor mais longa com foco no público adulto. O filme custou US$ 250 milhões, arrecadou US$ 170 milhões no final de semana de estreia nos EUA, devendo superar seu custo nos próximos dias. Mas, fica longe das melhores bilheterias de adaptações de quadrinhos.
E, para quem não conhece muito das HQs e ficou tristinho com a morte do Superman no final do filme, se alegre. Ele morreu SQN... claro que voltará, pois é parte essencial na Liga da Justiça. Sem contar que nos gibis já teve “As aventuras do Superman”, “O casamento do Superman”, “A morte do Superman”, “O funeral do Superman”, “A volta do Superman”, “O uniforme azul e branco do Superman”, “Superdog, “Superboy”, “Supergirl”, “Superwoman”, “Bizarro” [um vilão que é uma copia reversa do Superman], “A bosta do Superman”...

quinta-feira, 24 de março de 2016

Lombra Rec é a nova fábrica de vinis do Brasil


A produção não será tão grande, mas a chegada da Lombra Records no mercado fonográfico brasileiro foi recebida com muita animação por bandas e músicos. O selo de Brasília (DF) já começa a soltar seus primeiros discos em abril. O produtor Biu Ramos passou três anos negociando uma máquina de risca (imagem à esquerda) da Alemanha e fará um trabalho praticamente artesanal.
Mas com oferta mais camarada para quem quiser lançar seu disco de vinil. As opções são de 5”, 7”, 10”, 12”, disc flex e gramaturas variadas. A media de preço vai em torno de R$ 35 um compacto 7” e R$ 60 um álbum 12”. E sem quantidade mínima. 
O recado de quanto mais gravadoras e fábricas tiverem, mais lançamentos estarão no mercado e mais o preço pode baixar pela concorrência faz valer. “Nós da Lombra Records não entendemos nada do mercado. Nosso negócio é Música. Com eme maiúsculo”, diz Ramos.

Biu Ramos revela que já são 21 bandas que negociaram lançamento pela Lombra Records até essa semana. Entre os primeiros discos estão bandas da goiana Monstro Discos, uma coletânea de música experimental e os barulhentos paraibanos gente fina do Zefirina Bomba. “Gravamos três sons em Brasília e outros cinco aqui em João Pessoa para esse disco. Fizemos umas paradas diferentes”, comenta o guitarrista e vocalista Ilsom Barros (à direita na imagem, gravando as músicas novas), sobre o novo disco do Zefirina Bomba. Ele cita que já conhece Ramos desde 1993 e isso facilitou o trabalho, sendo uma boa alternativa depois de ter feito um orçamento na Polysom e ter desistido. “Ainda acho muito caro o vinil da Polysom. É inviável para muitas bandas”.

A princípio a produção da Lombra Records deve ficar em aproximadamente 600 unidades mensalmente. “O futuro é agora”, anuncia Biu Ramos, já sabendo da importância que terá seu selo no mercado independente que foge cada vez mais da falta de opções.
- Página do Facebook da Lombra Rec. 

Fotos: máquina: Divulgação Lombra / Ilsom Barros: divulgação Zefirina Bomba