“Holy motors” é um filme que vai agradar em cheio os fãs de
David Lynch. Se você pensou num filme estranho, com grande possibilidade de não
se entender nada e com belas imagens, acertou. Mas mesmo quem não está
habituado a filmes “alternativos” deve procurar assistir (e fazer um esforço
para refletir e não aceitar simplesmente a estranheza do filme).
As sequencias vão acontecendo e não há explicações, não há
falas de personagens indicando de onde vieram e porque estão ali. Assim vemos
Oscar entrar numa limusine e se passar por 11 personagens. Ele é como se fosse
um ator de uma companhia que realiza sonhos e desejos de moradores de uma Paris
sombria. Ele vira um mendigo, um idoso à beira da morte, um gangster, um
músico, um pai de família zeloso com a filha, entre outros... cada um com sua
esquisitice comportamental.
A cada passagem ele volta para o carro luxuoso,
recebe um novo script da próxima missão, troca de roupa e maquiagem e tece
singelos comentários com sua motorista. Revelando a tristeza e solidão de seu
trabalho bem remunerado. Quando você acha que já viu esquisitice suficiente, o
fim mostra que ao final da noite diversas limusines estacionam num galpão, como
se toda a cidade fosse manipulada por atores que fazem a rotina urbana. “Holy
motors” é um drama de fantasia dirigido pelo francês Leos Carax (“Sangue ruim”,
1986), tem duração de 1h55 e está em cartaz na rede CineFlix (consultar
programação no site).
* Veja trailer de "Holy motors".
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