sexta-feira, 15 de março de 2013

A vida como ela não é em “Holy Motors”


Holy motors” é um filme que vai agradar em cheio os fãs de David Lynch. Se você pensou num filme estranho, com grande possibilidade de não se entender nada e com belas imagens, acertou. Mas mesmo quem não está habituado a filmes “alternativos” deve procurar assistir (e fazer um esforço para refletir e não aceitar simplesmente a estranheza do filme).
As sequencias vão acontecendo e não há explicações, não há falas de personagens indicando de onde vieram e porque estão ali. Assim vemos Oscar entrar numa limusine e se passar por 11 personagens. Ele é como se fosse um ator de uma companhia que realiza sonhos e desejos de moradores de uma Paris sombria. Ele vira um mendigo, um idoso à beira da morte, um gangster, um músico, um pai de família zeloso com a filha, entre outros... cada um com sua esquisitice comportamental.
A cada passagem ele volta para o carro luxuoso, recebe um novo script da próxima missão, troca de roupa e maquiagem e tece singelos comentários com sua motorista. Revelando a tristeza e solidão de seu trabalho bem remunerado. Quando você acha que já viu esquisitice suficiente, o fim mostra que ao final da noite diversas limusines estacionam num galpão, como se toda a cidade fosse manipulada por atores que fazem a rotina urbana. “Holy motors” é um drama de fantasia dirigido pelo francês Leos Carax (“Sangue ruim”, 1986), tem duração de 1h55 e está em cartaz na rede CineFlix (consultar programação no site).
* Veja trailer de "Holy motors".

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