"Disco tem que parar de ser um hype para quem tem grana e se tornar uma realidade para o apreciador de música"
A notícia pareceu a salvação para os fãs de discos de vinil. Circulou ontem (18) pela internet a informação da Noize de que seria aberta uma fábrica de discos em São Paulo. Hoje mais duas reportagens – uma da Folha de São Paulo e outra da UOL por Alexandre Matias – ajudaram a aumentar a expectativa de bandas, artistas e colecionadores.
A notícia pareceu a salvação para os fãs de discos de vinil. Circulou ontem (18) pela internet a informação da Noize de que seria aberta uma fábrica de discos em São Paulo. Hoje mais duas reportagens – uma da Folha de São Paulo e outra da UOL por Alexandre Matias – ajudaram a aumentar a expectativa de bandas, artistas e colecionadores.
A Vinil Brasil deve começar a produzir discos ainda nesse
semestre num galpão na Barra Funda. Das sete prensas, três estão em fase final
de revisão e reparos e logo começam os testes. O primeiro disco será o "Solarsoul",
projeto do musico e dono da fábrica, Michel Nath (foto), que vai usar sua produção
para testar os equipamentos.
Só pelo fato de ter mais uma fábrica no Brasil já é algo
muito positivo. A concorrência de mercado ajuda a ter preços mais justos, a
melhorar o atendimento dos serviços, a diminuir o tempo de espera para receber
o produto, entre outros aspectos.
A até então única fábrica de discos de vinil no Brasil, a
carioca Polysom, é vista com desaprovação por parte de colecionadores e bandas de
rock que fazem orçamento. No catálogo, um disco nacional pode passar de R$ 60 o
custo. Chegando a ser até mais caro que o custo de um disco importado.
Justamente por isso que a notícia da abertura de uma nova
fábrica mexe tanto com o mercado e a cadeia, dos artistas aos clientes. O
Projeto Zombilly bateu um papo com o dono da Vinil Brasil, Michel Nath, que
comentou um pouco mais sobre essa “muvuca” on line sobre sua fábrica.
ZOMBILLY - Você tem noção do impacto que a Vinil Brasil
trará para o mercado nacional?
MICHEL NATH - Sim tenho noção e quero estimular o desenvolvimento do mercado de disco em todas as frentes. Produção, distribuição e tornar o disco mais acessível a todos!
MICHEL NATH - Sim tenho noção e quero estimular o desenvolvimento do mercado de disco em todas as frentes. Produção, distribuição e tornar o disco mais acessível a todos!
Tem gente tratando a sua fabrica como a "salvação"
dos colecionadores de vinil no Brasil. Como tem sido a reação e recepção para você?
Ótima. Tem muita gente realmente feliz com a fábrica e o número tende a aumentar.
Ótima. Tem muita gente realmente feliz com a fábrica e o número tende a aumentar.
Por que você acha que os discos da Polysom são tão caros? Você
já sabe se os seus serão mais baratos?Porque tudo é caro no Brasil. Sobre os preços deles, não posso responder por
eles. Não sei como é a conta deles. Mas, fazer disco não é uma coisa tão
barata, principalmente no Brasil. O meu esforço é o de promover o comercio justo.
Meu disco não vai ser barato ou caro. Vai ter o preço justo. Fecho a conta,
coloco uma margem de lucro que julgo honesta e coerente e é isso.
Você acredita que o vinil é um mercado que vai se reestabelecer
novamente no Brasil? É um caminho sem volta?
Estou trabalhando para isso. Estimular a cena, gerar uma discografia e um legado cultural. Tornar o disco algo de qualidade sonora e mais acessível. Disco tem que parar de ser um hype pra quem tem grana e se tornar uma realidade pro apreciador de música. Sim veio pra ficar. A gente teve uma produção gigantesca, de milhões de copias, depois tudo parou. Radicalismos extremos. O lance agora é normalizar a coisa.
Estou trabalhando para isso. Estimular a cena, gerar uma discografia e um legado cultural. Tornar o disco algo de qualidade sonora e mais acessível. Disco tem que parar de ser um hype pra quem tem grana e se tornar uma realidade pro apreciador de música. Sim veio pra ficar. A gente teve uma produção gigantesca, de milhões de copias, depois tudo parou. Radicalismos extremos. O lance agora é normalizar a coisa.
Foto: Arquivo pessoal
2 comentários:
Estamos muito felizes pela notícia, digo estamos em nome de todos os audiófilos do Brasil. Ainda mais feliz porque tenho uma banda e agora vejo uma chance de gravar nosso tão sonhado LP, já que pela Polysom apenas uma classe social mais abastada consegue. Meu último orçamento no Polysom a uns 2 meses atrás para 300 cópias de vinil saiu por 12 mil reais, fora os plásticos e o frete, absurdo!!!Parabéns a Vinil Brasil e que venha com preços justos como o Michel disse.
Maravilha, parabéns Michel Nath, ótima notícia de ano novo, ontem mesmo estava pesquisando fábricas de discos nos Estados Unidos, onde o valor é bem mais baixo que aqui, porém com essa notícia aumenta a esperança de uma prensagem com preços mais justos e quem sabe até com a opção de uma tiragem mínima de 100 discos!!
Ano passado com a alta do Dollar optei por prensar na Polysom meu EP, mas sem dúvida o ideal são preços melhores e com boa qualidade, como sugere a entrevista.
Parabéns e obrigado pela ótima entrevista, Andye!!
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