terça-feira, 25 de julho de 2017

TMMM faz relato de tour na Europa


O Projeto Zombilly convidou a banda The Mullet Monster Mafia a relatar como foi a turnê “Speed Surfing Demons Euro Tour 2017” realizada entre junho e julho desse ano por cinco países europeus. Foi a quarta vez do trio de surf musica toca no Velho Continente. O baterista Nery Emiliano relatou, depois de ser censurado a escrever no “muletês”. A tour será descrita aqui no blog em posts diferentes que serão publicados nos próximos dias. 
“Vindo aqui dar uma pincelada superficial em como foi a tour do The Mullet Monster Mafia esse ano na Europa. Estivemos na pista, viajando pra diabo todo dia, cheios de coizarada pra fazer e bebendo sempre. É complicado registrar o que rola no dia a dia de uma tour do Mulletão. Então, a convite do nosso brodazzo Andyão "Cadeiêro" Iore, famozasso nos CDP do norte paranaense e força motriz do Projeto Zombilly, nos embrenhamos nessa de escrever umas linhas para quem tiver no grau de saber um pouco sobre como é essa função.
A “Speed Surfing Demons Euro Tour 2017” foi a nossa quarta tour pela Europa. Antes disso, estivemos por lá em 2011, 2013 e 2016. A princípio esse giro nem estava nos nossos planos. Mas a tour de 2016 foi surpreendente pra nós. A recepção foi monstruosa e acabamos recebendo mais convites para voltar esse ano. Incluindo a possibilidade de tocar em festivais. Então, comecei a mexer o bolo no final de 2016. Resultando numa tour de 23 datas passando por cinco países. Rodando mais de 10 mil km e ingerindo uns litros de goles.

- Semana 1, entre e 8 e 11 de Junho:
- Como nós gostamos do jeito mais difícil, acabamos tendo uns problemas doidos no embarque em São Paulo. A princípio o plano era voar pra Amsterdam no dia 6, ficar à toa por lá um dia e depois ir para Paris, onde faríamos nosso primeiro show no dia 8 de junho. Mas acabou que deu uns problemas com os bilhetes aéreos, rolo danado. Ficamos três dias esperando e só conseguimos embarcar no dia 8, direto para Paris graças ao empenho de um truta. Sendo assim, acabamos perdendo o primeiro show da tour (que foi remarcado no final).


- 9 de Junho - Show em Amiens (França)
- Chegamos chegando na Paris. Desembarcamos no veneno de já pegar o trecho e sair logo tocando. Saímos do aeroporto por volta das 10h da manhã e já montamos na van com nosso brother/chapa/xará Pejotinha Rollo Alla e pregamos fogo pra goma dos nossos brothers Adrian e Marion, do Nausea Bomb. Recepção féra demais. Gole, rango e vazamos para Amiens, cidade que fica a aproximadamente 1h30 de Paris. Fomos diretos pro canal do show, um Centro Cultural gerido pela rapaziada de um squat. Pico alucinante, som bom e público presente pra ver as três bandas. o Labouv, Nausea Bomb e nós. Coizarada; começamos com o pé direito, ciganada se amarrou no som e o rabo do tatu estralou bonito no lombo da negada. Depois do show ficamos no merch conversando com a rapaziada e acabamos varando a noite bebendo com o pessoal.

- 10 de Junho - show em Angers (França)
Saímos de Amiens umas 9h da manhã e fomos direto para Angers, cerca de 450km de pista. Caidaços dentro da van por não termos dormido na noite anterior (as vezes rola isso em tour). O show era numa Convenção de Tattoo, a Mad Ink Tattoo Days. Dividimos o palco com mais três bandas e foi féra o show. Tocamos cedo, umas 18hs e o som estava bom. É importante dizer que nesses bangs da Europa, fazemos a tour numa van com todo o backline. Ou seja, viajamos com dois JCM 900 para guitarra, um sistema de baixo, bateria completa e um monte de coisa. Então, toda gig nós tocamos com o "nosso" equipamento. O que é segurança de som bom pra nós e pra ciganice que tá de olho. Essa gig foi armada pelo nosso irmão Cyrill, da Left Hand Tattoo. Depois da gig aproveitamos para deitar o cabelo nos vinho e colocar a prosa em dia.


- 11 de Junho - Show em Dijon (França)
Dá-lhe pista!!!  De Angers para Dijon são cerca de 550km. Uns pedágios brutos e muito sol na cara. Os pedágios na França são desumanos até pra nós que estamos acostumados a pagar um mundo de imposto. Em trecho largo chegamos a deixar 77 euros num posto de pedágio. Dolorido e sem remédio. Mas é o que é. O canal de show em Dijon é o fodasso. Deep Inside, pico típico na França: bar em cima, escada e um calabouço embaixo da terra onde rola o farreado. Nós tocamos nesse canal em 2011, em nossa premera tour na Europa. Então voltar lá foi demais!!! Os donos Oliver (filho de portugueses) e Manu War (esposa do féra) são um absurdo de gente fina. Chegamos e já lascamos nosso ritual diário: estaciona, descarrega, monta o palco, passa o som, monta o merch, arruma a bagunça e espera o show. Nesse tempo de espera fomos pra casa deles onde batemos uma chepa vurulenta, tomamos uns goles cabulosos e escutamos uma ripa de sonzêra. O pico que não é muito grande, ficou socado em pleno domingão. E nós tocamos sozinhos. Rapaziada pirou no show. Um monte de amigos presente, ciganada do Skarekrows, Astro Zombies, The Luciannos... Depois do show ficamos bebendo com a rapaziada local e acabamos encontrando um potiguar que mora em Dijon. Uma francesa que morou alguns anos na Argentina,... Dijon é incrível. Esperamos não demorar seis anos pra voltar ao Deep Inside”.

Texto: Nery Emiliano / Fotos: Arquivo TMMM 

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