O músico Zé
da Folha é mais um daqueles casos de artistas que vivem à margem do mainstream,
mas que encanta quem o conhece. Basta andar pela rua da Praia durante a semana
ou na feira de artesanato no Brique da Redenção, no domingo, em Porto Alegre
(RS), para ver um simpático tiozinho tocando sentado sozinho violão, pandeiro e
“cantando” com uma folha de jambolão na boca. A adaptação para monobanda existe
há mais de 50 anos e Zé da Folha nem mesmo imagina o que seja esse gênero. Nem o
frio em torno de zero grau afasta o músico da rua, cuja improvisação chega a
tanto que ele usa uma tampa de caneta no lugar de uma palheta, para conseguir “tirar
um som melhor” do violão.
José Costa tem
em torno de 70 anos (ele não lembra exatamente), é analfabeto e autodidata
musical. Começou a tocar sozinho por volta dos nove anos, saiu de São Valentim
(a 390 km de Porto Alegre) no final da adolescência, passou por vários subempregos
na capital gaúcha até decidir viver de música tocando nas ruas da cidade,
assumindo a personalidade artística de Zé da Folha.
O curioso é
que ele nem faz ideia de que seu estilo tem seguidores por todo o mundo. Zé da
Folha nem imagina que gente como Hasil Adkins já tocava sozinho ganhando fãs em
todo o mundo. E assim criou seu próprio universo, solitário sem familiares e
com um repertório baseado em músicas pop e folclore gaúcho. Confira mais informações sobre o Zé da Folha na entrevista no video acima que fiz em Porto Alegre no começo desse mês.
Fotos: Andye Iore
Um comentário:
Bora fazer um projeto coletivo e trazer pra tocar no Tribos!!!
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