Hoje (6) tem MarinCaos, com as bandas punks Os Prolétas, FFAR e
The Junkies, tocando gratuitamente no calçadão do Mercadão Municipal de Maringá, a partir
das 17h. A iniciativa da mais pura essência “do it yurself” é bem comum pelas
ruas de Maringá e forma público e novas amizades.Coreto da praça, esquina da avenida movimentada, gramado no
campus da universidade, praça de skate, no calçadão ou prédio público
abandonado. Não há restrições e dificuldades que impeçam o show de um artista
independente em Maringá. Levando ao pé da letra o lema punk “do it yourself”,
bandas de rock e rappers plugam seus instrumentos e microfones e tocam para
quem quiser parar e ouvir. E são muitas pessoas.
As bandas Força, Fé, Ataque e Resistência, Os Botos e Ataque
de Tubarão e o rapper Ivan Marinheiro já tem amplo know how sobre a iniciativa
independente. “Dou muito mais valor pra rolê na rua ou em espaços gratuitos”,
considera o vocalista do Ataque de Tubarão, Raoni Arroyo. “É o palco mais
democrático que existe. Geralmente quando são organizações independentes não
fazem segregação de artistas”, aponta o rapper Ivan Marinheiro. “Atualmente é a
melhor opção, já que existem muitas bandas e pouco espaço em Maringá”, considera o
vocalista do FFAR, Murilo Rigo. “A gente faz isso pra fugir do tédio que é essa
cidade”, dispara o vocalista e guitarrista d´Os Botos, Gabba Boto. “Não vamos
deixar a cultura virar totalmente paga”, diz o fã de música jamaicana Felipe
Stahlhoefer, que já levou seus discos de vinil para a rua, pediu ponto de
energia emprestado e botou ska, rocksteady e dub pra rolar por duas vezes na
região da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Também entre os adeptos do “do it yourself” nas ruas está a banda Montanas Trio que já fez uma tour pelo sul tocando na rua e na praia. E a Anônimos Aduzidos que fez shows ao ar livre e gratuito de lançamento do primeiro disco. No mês passado as cinco monobandas que participaram do festival do Projeto Zombilly - outro entusiasta de eventos gratuitos e que já fez vários na cidade - também entraram na onda das bandas maringaenses e tocaram numa calçada no centro maringaense.
MOTIVAÇÃO - Claro que toda reação parte da falta de opção. O que levou esses artistas maringaenses para as ruas, direta ou indiretamente, foi a falta de data disponível na agenda dos bares, falta de um esquema mais justo para os eventos, falta de mais opções de locais para shows, falta de apoio do poder público, preferência para bandas covers, entre outras situações que afastam bandas e público.
Com isso, são poucos locais abrindo as portas para bandas de som autoral e muitos eventos com bandas covers, entre outras opções não muito justas. Muitas destas bandas já tocaram diversas vezes na cidade, mostrando um comodismo na agenda e não a intenção de formação (e informação) de público. Dizer que show com banda cover dá mais público é uma desculpa muito vaga. Há um grande público interessado em som autoral local e muitos eventos atraem grande público assim. Maringá tem hoje mais de 50 bandas de som autoral, o que é garantia de bom público em qualquer evento. Falta viabilizar melhor isso.
Fotos: Andye Iore
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