Essa foi a
24ª edição da feira realizada pela loja paulistana Locomotiva Discos, comandada
pelos irmãos Custódio, Gilberto e Márcio. Se colocasse no mesmo espaço e tempo
todos os visitantes dessa última edição daria para tomar algumas quadras da
avenida Paulista e superar a adesão de alguns protestos recentes. A feira abriu
às 11h e foi até às 19h30, com intenso movimento durante todo o dia, com
expositor com poucos discos numa única caixa, outros com uma verdadeira loja
ambulante com dez caixas.
E era LP para
tudo quanto é bolso e gosto. Inclusive os ruins. Tinha picture do Joy Division
por R$ 250, edição nacional do Pavement por R$ 250 (o dono devia ser muito
apegado a esse), a obra prima do punk brasileiro – “Grito Suburbano” – por R$
500 (num estado zerado, o que tornava mais raro ainda), disco triplo do Johnny
Cash por R$ 490, disco novo do Motorhead por R$ 220, entre tantas outras
preciosidades. Incluindo aqueles mitos brasileiros como Jorge Ben e Tim Maia a
centenas de reais, mas que os roqueiros não pagam nem R$ 0,50 e ainda
quebrariam os discos só para ver o desespero dos donos. E, claro, diversas
caixas com discos empilhados entre R$ 5 e R$ 10, entre 7” e 12”.
POSE - Outro
aspecto positivo da feira de São Paulo em relação a outros pontos do país é a
presença de músicos, produtores e celebridades. É bem comum encontrar
personalidades do meio musical garimpando e comprando na feira. Como o produtor
Apollo IX que se deparou com uma coletânea de bandas brasileiras de música
eletrônica e industrial lançada pela Cri Du Chat e que ele produziu em 1993.
Quem não conhece vende por uma merreca, quem conhece sabe que vale seus R$ 100.
Na feira estava a R$ 70 em estado zerado e que fez com que Apolo posasse com o
disco no estande.
Assim como o
guitarrista dos Inocentes, Ronaldo Passos, conferiu um disco de sua banda. Já o
guitarrista Zé Antônio admirou o segundo álbum de sua banda Pin Ups,
“Scrabby?”, custar R$ 165. Isso porque ele não viu quanto estava o primeiro,
“Time will burn”, que ronda os R$ 250 quando aparece. “O Pin Ups tá rivalizando
com o Jesus and the Mary Chain”, brincou um amigo ao lado com o guitarrista, ao
comparar o preço de uma edição gringa dos irmãos Reid em outra banca.
Bacana também
é conferir artistas e selos vendendo seus próprios discos na feira paulistana.
Assim tinha Daniel Belleza e seu álbum solo de um lado, o selo e loja brasiliense
Dom Pedro Discos com albuns bacanas das bandas da capital federal, a Neves
Records com boas opções de rock tosquera, a Loop Play com edições caprichadas
de música brasileira e black music, entre outros.
A feira de
discos de São Paulo começou em 2011. A próxima edição será em novembro com data
e local a ser anunciada.
Fotos: Andye
Iore/Zombilly
Nenhum comentário:
Postar um comentário