domingo, 24 de maio de 2009

Uma HQ e nenhum governo

Venho acompanhando desde a semana passada pela internet a polêmica do caso envolvendo a Secretaria Estadual de Educação de São Paulo que distribuiu em escolas públicas o livro "Dez na área, um na banheira e ninguém no gol", publicado em 2002 pela Via Lettera.

A obra tem importantes nomes do quadrinho brasileiro como Caco Galhardo, Allan Sieber, Spacca, Fábio Zimbres, Fábio Moon, Gabriel Bá, entre outros. O livro foi lançado aproveitando a onda de Copa do Mundo que toma conta do Brasil e mostra o universo futebolístico de maneira bem folclórica, pela visão particular de cada quadrinhista. Claro, com referências a sexo e cultura popular recheada de palavrões. Ou seja, um título destinado a adultos.

Acontece que um incompetente funcionário (que ainda não se sabe quem) listou o livro entre os que seriam comprados pelo governo para constarem nas bibliotecas dos colégios. Foram comprados 1,2 mil exemplares de "Dez na área..." e eles foram encaminhados para estudantes da terceira série (média de idade de 9 anos).
O caso ganhou repercussão na mídia depois que alunos e pais viram o conteúdo impróprio.

Os livros foram recolhidos e como idiotice pouca é bobagem, o governador José Serra criticou o conteúdo do livro. Até agora nada de identificar o responsável pelo erro de encaminhar para crianças uma obra para adultos.

Li muita porcaria obrigado na escola e não aprendi nada de bom com aqueles livros chatos de literatura clássica brasileira. E já aprendi muita coisa bacana com quadrinhos. Neste caso, a decepção é maior ainda porque há ídolos meus (tanto na arte como na inciativa) que acompanho há muitos anos. Como Sieber e Zimbres, que até mantenho contato ocasional pela internet... e sempre indico quando tenho oportunidade.

Para piorar a imagem do PSDB, o ex-governador Geraldo Alckmin (atual secretário estadual de Desenvolvimento) particiou de solenidade no último sábado, quando ele colocou uma faixa de Rainha dos Taxistas na atriz pornô Júlia Paes. Belo exemplo este...

* leia o comentário de Allan Sieber sobre a polêmica.

Nenhum comentário: