quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Kães Vadius leva a festa de horror ao Psycho Carnival

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A surpresa foi mais que bem recebida pelos fãs do cenário billy no Brasil. Como se não bastasse tantas bandas bacanas e shows gratuitos, a organização do Psycho Carnival divulgou ontem que a clássica banda paulista Kães Vadius também tocará no festival. O quarteto fechará a última noite do evento no Jokers Pub, segunda-feira (dia 3 de março). Ou seja, depois do público ver em torno de 40 bandas em quatro dias entre o festival, o evento gratuito à tarde e os eventos paralelos, ainda encerra a maratona roqueira carnavalesca com a banda pioneira do psychobilly no Brasil.
O Kães Vadius foi formado em 13 de agosto de 1985, em São Caetano (SP). A banda mistura rockabilly clássico com punk e blues, com letras bem humoradas sobre histórias de horror e sexo. Eles lançaram cinco discos e um DVD e preparam um álbum novo que será lançado esse ano. O Kães Vadius tocou no Psycho Carnival em 2010 e o show terminou como uma festa, com várias pessoas subindo no palco para cantar e dançar com a banda.
O Projeto Zombilly entrevistou a lenda Hulkabilly (foto), 49 anos, que falou sobre cantar na mesma banda em quase 30 anos no underground, do seu trampo como quadrinhista, da ansiedade de tocar no Psycho Carnival novamente, entre outros assuntos. Hulkabilly informa que levará CDs, DVDs, camisetas e patches da banda para vender no festival.
ENTREVISTA
ZOMBILLY - Como está o trampo do Kães Vadius agora? Vocês tem tocado com frequência ou ocasionalmente?

HULKABILLY - Depois do nascimento de minha filha, Alice, resolvi dar um tempo com a banda. Tipo umas férias, curtir a filhota, acompanhar seu desenvolvimento, ...  O ano de 2013 reservei para isso, aprender a ser pai. Este ano, 2014, aos poucos os Kães Vadius vem retornando aos palcos.
E tem gravações recentes? Previsão de lançar um disco?
Temos um disco quase acabado, “De volta ao kovil”, faltando gravar as vozes principais e os backing vocals, mixar e reproduzir. O disco terá 17 músicas, sendo regravações de sons que só saíram em coletâneas e cinco músicas novas [no site da banda tem versões demos do disco novo]. Este ano, se tudo correr bem, no 29º aniversário dos Kães Vadius, o CD estará na mão. Vamos ver.
Como será o set no Psycho Carnival?
Provavelmente um apanhado de todo o trabalho dos Kães Vadius. As clássicas que a galera pede e não pode faltar. No final o set sempre acaba mudando dependendo da hora e do clima, vai da galera mesmo. [risos]
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Qual é a formação que tocará no Pyscho Carnival?
Será Hulkabilly no vocal, Felipe Inri no baixo, Fabio Koveiro na bateria e Arroz From Hell na guitarra.
A banda existe há quase 30 anos. O que motiva você a continuar tocando?
Cara, é um lance muito louco. Acho que é papo do sangue mesmo. Já pensei e tentei parar com os Kães Vadius várias vezes e por vários motivos. Mas tem sempre alguém ou algum lance que acaba meio que impedindo isso. Mais da metade da minha vida foi dedicada aos Kães Vadius. Então já é meio parte do meu ser, é relaxar e tocar.
Os headliners no Psycho Carnival serão duas bandas clássicas - como o Kães Vadius é no Brasil. Qual sua expectativa de ver o King Kurt e o The Sharks?
King Kurt é uma das minhas bandas preferidas, os Kães Vadius devem muito a eles em termos de ritmo e swing. Mas não vou ter como ver o show deles. O The Sharks acho meio convencional, mas é uma puta banda e essa sim vou estar chegando em Curitiba e pretendo assistir com ansiedade.


Como está seu trabalho como quadrinhista agora?
Estou trabalhando em um projeto do livro “Você quer ser Johnny?”, do baixista dos Garotos Podres, passando o livro para o formato de HQ. Acho que até a metade do ano deve ser lançado. Desenvolvo bastante ilustrações para embalagens de produtos, personagens para jogos de tabuleiro e logomarcas para pequenas e medias empresas. Tenho alguns esboços de uma releitura da HQ do primeiro disco envolvendo todo o material gravado dos outros discos, mas sem previsão de lançamento.
O mercado de quadrinhos mudou muito. Hoje o foco está nas comics shops, com edições caras para colecionadores. Você ainda compra quadrinhos, qual sua avaliação sobre o mercado hoje?
Cara, eu sou pirado em HQ, principalmente os undergrounds e os da Marvel. Vira e mexe eu compro alguma coisa para acompanhar. Não sou mais um colecionador aficionado. Mas, gosto e muuuuito de reler os clássicos que ainda guardo comigo, tipo Cavaleiro Das Trevas, Watchmen, Kripta Do Terror, Fritz The Cat, entre outros.


Fotos: Andye Iore
* Confira o site do Kães Vadius.

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