sexta-feira, 23 de maio de 2008

Entrevista - Astro Zombies

Entrevista na íntegra com o baixista Thomas Lorioux “Fantomas”, 38 anos, da banda Astro Zombies.
Parte da entrevista foi publicada no jornal Gazeta do Povo, de Curitiba, na edição de hoje.
Hoje a banda toca em Londrina e amanhã tem aqui as tradicionais fotos e texto sobre o evento e, logo em seguida, vídeos do show.

ANDYE IORE - O que mudou no Astro Zombies do começo em 1996 para agora que vocês estão gravando o quarto álbum?
FANTOMAS - A formação original da banda tinha os mesmos músicos da banda anterior, Lone Star Trio. Então, no primeiro álbum – “The Astro-Zombies Are Coming” (1997) – a influencia de rockabilly e do psychobilly dos anos 80 estava mais presente. Com o passar dos anos e conforme você vai ouvindo outras músicas, tocando com bandas de diferentes estilos, surgem novos sons quando você vai compor. Você só espera que as pessoas cresçam como você e gostem do que você esteja fazendo agora.

Você é apontado no cenário psychobilly como um dos melhores baixistas do gênero. Como você encara isso?
Definitivamente, não sou um dos melhores. Há vários outros que eu coloco no topo da lista. Todos temos diferentes estilos de tocar e nos adaptamos a um ou mais tipo de rock. Sempre me impressionei com aqueles que conseguem cantar e tocar e fazem isso parecer extremamente fácil como Marc Carew [do The Long Tall Texans], Steve Whitehouse [do Frenzy e Sharks], Kim Nekroman [do Nekromantix], o louco mestre do rock´n´roll Strangy [do Klingonz]... eu tenho uma lista grande e mais os outros baixistas que eu ainda não vi tocar. Só posso dizer que me incluo na lista dos bons baixistas, mas não dos melhores. Eu ainda tenho algumas coisas pra fazer, mas sou preguiçoso. Talvez, os fãs digam que sou o melhor porque eu sorrio no palco e sempre estou disponível para conversar [risos]. E as minhas bandas vivem tirando sarro de mim por causa desses comentários.

A tendência atual do psychobilly é de bandas mais pesadas, como psycho metal ou punkabilly. Você gosta desta linha mais pesada ou prefere o estilo clássico da década de 1980?
Para mim, é tudo uma questão de gosto pessoal. Eu não me importo com o que as pessoas vão misturar. Às vezes, se tem um ótimo resultado como a maioria dos discos do Mad Sin, Nekromantix ou Fireballs. Eu cresci com o psychobilly clássico que já estava “quebrado” em diferentes sons entre Batmobile, Sharks, Meteors, Restless, Sting Rays, Demented Are Go, por exemplo. Indo do neo rockabilly ao mais pesado e já havia muitos argumentos. Então, a discussão não é nova e não terá fim. Para mim, enquanto tiver uma melodia cativante, bons vocais - mas nem tanto daqueles gritados – eu irei escutar.

Vocês tocarão em três cidades brasileiras onde a cena psychobilly é muito forte e há muitas bandas. Você conhece algo do psychobilly do Brasil?
Agradeço ao MySpace! Antes eu ouvia falar de Ovos Presley [de Curitiba], Kães Vadius [de São Paulo] e Os Catalépticos [finada banda curitibana] que foi a única que eu vi ao vivo. Mas aí eu descobri Voodoo Stompers [de São Paulo], Krappulas [de Curitiba], As Diabatz [de Curitiba] e outras que eu não lembro agora. É bem legal que estas bandas estejam tocando estilos diferentes e que nós vamos tocar com algumas delas na próxima semana.

E sobre o psychobilly em outros países?
Estou tentando descobrir mais sobre bandas da América do Sul como o Voodoo Zombies, do Chile, o Motorama, da Argentina, [ambas tocaram em fevereiro deste ano no Psycho Carnival, em Curitiba]... e mais ao norte, como no México onde há várias bandas boas como o Los Helldandys, que nós tocamos com eles em Tijuana. Há bandas de psychobilly em todo os lugares, até na África do Sul!

O Brasil tem várias bandas de psychobilly, mas não há nenhuma gravadora que dê suporte ou divulgue a cena como a Crazy Love Records (selo da Alemanha especializado em rockabilly e psychobilly). O que você acha que as bandas brasileiras deveriam fazer?
Eu acho que agora é mais fácil fazer sua própria música que antes. Com a internet, como o MySpace, você tem as ferramentas para promover a sua banda ou outras. A maioria das lojas tem sites. Então, você pode contactar estas lojas ou vender seus discos. Vários selos na Europa não promovem as bandas. Geralmente, mandam um mailing por mês. Mas, eles vivem de seu nome e das bandas mais famosas. As pessoas podem conhecer pelos sites, mas geralmente fazem isso porque leram em algum fórum sobre a banda antes e ficaram curiosos. Eu percebo muitas bandas trabalhando sem gravadoras hoje. Elas gravam e prensam seus próprios discos, vendem nos shows ou através dos sites. Eu acho que isso é uma boa maneira. Mais difícil, mas boa.

O som do Astro Zombies tem outras referências que não só o psychobilly. Como vocês trabalham isso?
Já no primeiro álbum tinha um pouco de ska, por exemplo. Isto varia com o que estamos ouvindo em casa ou na van. Ou o que o Bobby, o guitarrista, vocalista e compositor, está curtindo no momento e o que os outros membros da banda farão com suas idéias. Nós não pensamos nisso, apenas fazemos. Deve haver alguma coisa que não colocamos no disco, mas temos tido sorte. A idéia geral é que quando o disco seja lançado, não sentimos mal ou vergonha de nenhuma música.

Como serão os shows no Brasil?
Sobre a duração os promotores é que vão nos dizer. O set list nós iremos discutir e fazer nos locais do show. E iremos tocar alguns covers que gostamos e umas quatro ou cinco músicas do disco novo.

O que vocês esperam ver aqui além dos shows?
Carne! Eu ouvi muitas coisas boas sobre a carne e culinária brasileira. Num primeiro momento, pensamos na praia e no sol, mas soubemos que o tempo está meio frio por aí. Então, vamos querer experimentar a culinária local, beber, nos divertir e conhecer pessoas.

Como está o trabalho do disco novo?
O álbum está sendo mixado. Todas as músicas já foram gravadas com alguns convidados e diferentes influências. Serão 12 ou 13 músicas e o disco está mais próximo do “Mutilate, Torture and Kill” [terceiro e mais pesado álbum da discografia lançado em 2003] que do primeiro disco. O novo disco será lançado entre julho a setembro, dependendo de qual gravadoras escolhermos.

DISCOGRAFIA
- “The Astro-Zombies Are Coming” (1997)
- “Control Your Minds” (2000)
- “Mutilate, Torture and Kill” (2003)
- “Burgundy Lives” (ao vivo, 2004)

SERVIÇO
Zombie Attack From Outer Space, The Astro Zombies Tour
- dia 21 de maio, São Paulo
Local: Club Belfiore - rua Brigadeiro Galvão, 871 – Barra Funda, às 23h
Abertura: Bad Luck Gamblers
Ingresso: R$ 20

- dia 23 de maio, Londrina
Local: Vitória Café - rua Araçatuba, 91, às 23h
Abertura: Trilöbit e Billys Bastardos
Ingresso: R$ 10 (os 100 primeiros) - Depois: R$ 15 - Na Hora: R$ 20,00

- dia 24 de maio, Curitiba
Local: 92 Graus - rua Desembargador Benvindo Valente, 280 – São Francisco, às 21h
Abertura: Ovos Presley e Javalis do Pântano
Ingresso: R$ 15,00 antecipado - Na Hora: R$ 20,00

Um comentário:

Unknown disse...

pUTZ ki la merda viu, que baíta entrevista, haaaa PARABÉNS