quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Entrevistas - As Diabatz

A banda As Diabatz que toca pela primeira vez em Maringá amanhã e faz seu primeiro show depois de tocar no Psychobilly Meeting, um dos maiores festivais de psychobilly do mundo. O grupo é de Curitiba e tem a curiosidade de ser a primeira banda do país no gênero formada só por mulheres, em um cenário onde as músicas têm letras sexistas ressaltando o lado “machão” dos personagens.

E, o principal é a sonoridade resgatando o psychobilly clássico dos anos 80, quando a tendência atual é seguir uma linha mais pesada. Esses aspectos somados fizeram com que Baby Rebel (guitarra e voz), Cláudia Smith (baixo acústico) e Clau Sweet Zombie (bateria) fossem parar na Europa antes mesmo de lançar um álbum no Brasil. Elas tocaram na 16ª edição do Psychobilly Meeting, festival realizado no início de julho em Barcelona, na Espanha. As Diabatz atraíram os olhares curiosos e tocaram em meio a 20 bandas, algumas clássicas e que são influências para elas.

O próximo passo é lançar um álbum e confirmar as boas expectativas criadas com o cd-demo “Witches Stomp”, lançada com quatro músicas no final de 2007: “Witches´s Stomp”, “Psychomad Mary”, “Wide Awake” e “Summertime Booze”.  O álbum deve ser lançado ainda este ano e elas pretendem cair na estrada pelo Brasil antes de fechar uma tour internacional pelos EUA, Europa e Japão.O nome As Diabatz é uma analogia a mitologia do psychobilly, em referência a morcegos (bats, em inglês), que são temas comuns nas músicas, logotipos e visual das bandas. E também é uma mistura de inglês e português, num trocadilho com a doença "diabetes" e "diabetes" como sendo as "dançarinas do inferno".

ANDYE IORE - Vocês fizeram poucos shows , mas já tocaram na Espanha. Coisa que bandas mais experientes mal conseguem. Quais foram os fatores que favoreceram vocês?
AS DIABATZ - Apesar de termos tocado poucas vezes, já ensaiamos há dois anos. Esse é um fator que nos favoreceu. Antes de marcar nosso primeiro show, já estávamos ensaiando há um ano e já tínhamos gravado a demo “Witches Stomp”. O fato das letras serem em inglês ajudaram muito a tocar fora do país.

Vocês percebem se existe a curiosidade de conhecer a banda mais por ser só de meninas que pelo som?
A curiosidade por uma banda psychobilly de meninas existe sim, pois isso não é algo comum na cena. Mas nós acreditamos que as pessoas passam a considerar mais o som do que a formação depois que ouvem a música ou vêem um show. Achamos que isso é um diferencial que a banda tem, que atrai a atenção. Sabemos que as pessoas vão valorizar a música, se esta for de qualidade.

Quais as diferenças entre tocar em bandas com meninos e só de meninas?
Mulheres e homens são muito diferentes, e em uma banda de mulheres existe uma identificação maior. As mulheres se entendem melhor, apesar de que em uma banda com homens você pode fazer grandes amigos também. Tecnicamente não há diferença. Essa diferença existe de músico para músico, independente do sexo.

Como foi para chegar na sonoridade do psychobilly clássico, o que vocês ouviram, como conceberam o som?
Tocamos o que gostamos de ouvir, cada uma de nós tem suas próprias influências. Mas, com certeza temos como base as bandas mais antigas, dos anos 80 como o The Meteors, Torment, Dypsomaniaxe, Guanabatz, Batmobile, Krewmen, Ricochets, entre outras.

Como foi e o que representou tocar no Psychobilly Meeting?
Foi um sonho realizado e uma honra representar a cena psychobilly brasileira lá fora. Não esperávamos que aconteceria tão rápido como foi. Para nós representa que estamos no caminho certo e que tudo que fizemos até agora valeu a pena.

Qual é a avaliação da cena psycho no Brasil? O que é legal e o que falta para melhorar?
A cena anda crescendo muito rápido, já temos festivais bem organizados aqui, e várias bandas boas. O que falta é muita coisa: ainda falta apoio, patrocínio, bares, mais festivais, mais bandas de qualidade que sejam acima de tudo profissionais, mais gente interessada em fazer a cena crescer e muitas vezes sem receber muito em troca. Muita gente faz acontecer aqui e não vê muito retorno ainda, fazem pela paixão mesmo. O problema é que esses ainda são muito poucos.

O que mudou em relação ao "Witches Stomp" para as músicas que vocês gravaram para o álbum?
Quando gravamos a demo “Witches Stomp” não tínhamos tocado nenhuma vez ainda. A nossa técnica melhorou, nós evoluímos, a gravação de um cd envolve muito mais do que a gravação de uma demo... Exige muito mais dos músicos. Aprendemos muito como banda e em nossos instrumentos, ficamos um pouco mais profissionais do que naquela época.

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