quinta-feira, 7 de julho de 2011

Entrevista com Crazy Legs

Apesar da banda Crazy Legs ter 15 anos de vida e já ter lançado cinco discos, vai tocar pela primeira vez em Maringá e Londrina. Os shows desse final de semana trazem para o interior do Paraná uma das principais bandas do cenário independente brasileiro e com reconhecimento no exterior. Batemos um papo com o baterista e compositor McCoy para sabermos a expectativa da banda para esses shows e algumas novidades como o próximo disco:

ZOMBILLY - Depois de 15 anos e tantas dificuldades no meio independente o que ainda motiva vocês a continuar tocando?
McCOY - O que mais nos motiva a continuar tocando é justamente o reconhecimento e a receptividade dos mais diversos tipos de público por onde passamos, seja aqui no Brasil ou exterior. Outra coisa muito gratificante é ver as pessoas cantando junto as músicas da banda nos shows. Alegrar as pessoas não tem preço!

Quais são as principais diferenças de quando vocês começaram tocando para hoje?
Acho que antigamente não existia estúdios com preços mais acessíveis para uma banda independente gravar um trabalho com qualidade como vemos hoje e também selos para lançar este material produzido. Outra coisa que não havia tanto eram espaços decentes para se agendar shows e também ótimos festivais para divulgar o trabalho.

E o que mudou no som da banda?
Bem no início da banda tocávamos covers e logo depois de recebermos uma oferta de um produtor para lançar nosso primeiro CD, começamos a trabalhar em músicas próprias. Sempre ouvimos bandas norte-americanas e europeias, bem com os artistas originais e isto no ajudou muito no decorrer dos anos para encontrar nossa própria sonoridade e nos familiarizar com timbres tão singulares do rockabilly. Sempre tivemos uma proposta muito definida como banda e o amadurecimento como músicos nos proporcionou muitas melhoras em nossa sonoridade de álbum para o outro.


Qual é a música do Crazy Legs que você para pra pensar e diz: "Essa música é muito boa!"?
Difícil escolher uma música apenas, mas uma música muito boa seria "Hellish Chick"...

Como vocês usam a internet para divulgar a banda?
Nós temos um website (www.crazylegstrio.com.br) e também perfis no MySpace, Fotolog, Orkut, Twitter, Youtube e Facebook. Acho que 90% de nossa divulgação é feita pela internet.

Como você avalia a cena rockabilly no Brasil?
Antes a cena rockabilly no Brasil tinha muito altos e baixos e era praticamente restrita as regiões sudeste e sul do país, além disto não sei porque quase não haviam bandas autorais. Hoje houve um crescimento muito grande também impulsionado pela Internet e tem gente interessada neste estilo de música em grande parte dos estados, além de novas bandas fazendo um som próprio. Acho que a única coisa que ainda estamos carentes é de shows com bandas estrangeiras, pois os promoters parecem não ter muito interesse e um pouco de medo de trabalhar com o estilo.

Vocês já fizeram tour na Europa e tocaram esse ano no Viva Las Vegas. Como foi mostrar o som de vocês onde a cena rockabilly é mais intensa?
Nossos CDs sempre foram muito bem distribuídos na Europa e Estados Unidos, o que tornou a banda bem conhecida no exterior. Mas até então podíamos dizer que éramos com um "disco voador", pois as pessoas sabiam que existia mas nunca haviam visto ao vivo ...rs ... Outra coisa interessante é o caráter exótico em ser uma banda rockabilly brasileira para este público e temos isto também com uma vantagem. Na Europa o público foi insano em nossos shows. Estávamos um pouco receosos de tocar nos EUA, pois é o lugar onde o estilo foi "inventado". Na primeira música ficamos com aquele "frio" na barriga, mas com o decorrer do show e a receptividade extra positiva que tivemos posso dizer com segurança que tivemos sucesso em nossa missão. Tocar pela primeira vez em um país e resumir a 15 anos de banda em 45 minutos é complicado, mas tivemos sucesso em mais esta!

Quais são as lembranças boas ou curiosidades que você tem dessas viagens?
As melhores lembranças são as interações do público nos shows, os amigos que fazemos e também a troca de experiências com outros músicos. Outra coisa muito legal que já aconteceu é quando alguém de uma banda que você curte muito assiste o show e depois vem te elogiar.


Como será o show em Maringá?
Estamos muito ansiosos pelo show em Maringá, ainda mais por ser nosso primeiro show na cidade. Tocaremos músicas de nossos cinco álbuns e também algumas releituras de artistas que gostamos.

Como estão os trabalhos para o sucessor de "Green men from mars"?
No momento estamos trabalhando em alguns arranjos e letras, pois pretendemos lançar um outro EP em vinil. Esta tudo muito no começo ainda, mas esperamos concluir o trabalho em poucos meses.

O que vocês planejam para o futuro?
Nossos planos a curto prazo incluem um novo lançamento em vinil como dito anteriormente e uma grande tour europeia em 2012 para atender convites que não pudemos cumprir em 2010. Mas nosso maior plano é sempre continuar fazendo shows.

Você também trabalha com uma gravadora independente. Como é seu trabalho na Bad Habits Records?
Montei a gravadora no ano de 2003 e desde então fiz cinco lançamentos em CD. Além dos lançamentos a Bad Habits também é uma distribuidora e trago o material de outras gravadoras especializadas em rockabilly da Europa, EUA e Japão, tudo com um preço justo, compatível com o mercado nacional. Um dos objetivos da gravadora também é mostrar a força das bandas nacionais lá fora. Os próximos lançamentos do selo serão os CDs das bandas Mistery Trio (Curitiba) e também da Red Lights Gang aqui de São Paulo.

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