Os filmes “Faroeste
caboclo” e “Somos tão jovens” ganharam destaque na mídia por serem filmes
brasileiros que levaram grande público aos cinemas. Como obras cinematográficas
são um fiasco. Como objetos de registro da história de um dos maiores roqueiros
do Brasil são piores ainda. Ambos são filmes para quem não conhece nada de
cinema ou para quem não conhece nada de rock. É para gente que vai ao cinema
como quem troca de roupa ou ouve música como quem limpa a bunda no banheiro.
“Faroeste
caboclo” é o menos pior por ser interpretação de uma música da Legião Urbana.
Se salva no começo como um drama humanista de um jovem que larga a vida sem
perspectivas no interior e vai para a cidade grande. Mas logo cai na desgraça
interpretativa com uma subcelebridade global fazendo caras e bocas, falando
sussurrando e dando sorrisinhos marotos.
“Somos tão
jovens” é a vergonha na forma de cinema. A interpretação dos atores é a pior
possível. O filme daria um bom musical se tivesse somente a trilha sonora, sem
fala nenhuma de personagens. E há muitas falhas. Uma das mais gritantes é a
aparição da capa do disco da banda Civil quando o jovem Renato Russo se reúne
com os amigos em um quarto. Tal disco foi lançado em 1987, quando a Legião
Urbana já tinha três discos lançados. A tal cena no filme mostra parte da história
quando a turminha estava entre o Aborto Elétrico e Legião Urbana... não havia nenhuma
gravação ainda. Mais constrangedor ainda são os diálogos entre os músicos para
escolher os nomes das bandas.
Ou seja,
colocou-se qualquer coisa de qualquer jeito no filme porque a maior parte do
público não sacaria nada mesmo. Muito menos as pontas dos músicos reais – o que
foi feito com maestria em “A festa nunca termina” (2002) – que fizeram a história
em Brasília. Muito menos perceberiam a citação relâmpago de Fejão – guitarrista
da Escola de Escândalo, uma das bandas brasilienses mais bacanas e que não
vingou.
É maioria nas
salas de cinema que é fã do músico que morreu numa fase decadente da carreira
gravando músicas românticas bregas, bem longe do tal “gênio” que copiava declaradamente
Joy Division e The Smiths. Vá pela curiosidade e pela música. “Faroeste cabloco”
toca ou cita Lou Reed, The Clash, Buzzcocks e Sex Pistols. Em “Somos
tão jovens” tem New York Dolls, Stiff Little Fingers, The Clash, Gang of Four,
Buzzcocks e Joy Division.
* “Faroeste
Caboclo” – direção: René Sampaio. Duração: 1h40
* “Somos tão jovens” – direção: Antonio Carlos da Fontoura. Duração: 1h44
* “Somos tão jovens” – direção: Antonio Carlos da Fontoura. Duração: 1h44
4 comentários:
Putz,ia assistir!! como ja li uam biografia dele vou em decepcionar!!
Eu concordo,vi outros erros tambem em Somos Tão Jovens e em Faroeste Caboclo acabou com uma musica q no minimo é rica em detalhes.
E Jesus Perguntou:
-Qual o seu nome?
E o Demonio respondeu:
- Legião, porque somos muitos! eheheh
E Jesus perguntou?
- Qual o seu nome?
E o Demonio respondeu:
- Legião, porque somos muitos! eheheeheh
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