segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

O rock nacional passou para Jander

A festa de confraternização do Grupo Morena Rosa foi uma coisa impressionante.
Começou por volta das 22h de sábado e só acabou por volta das 9h de domingo. Cerca de dez horas de diversão com bebida e comida à vontade para mais de 3 mil pessoas.

Além do show do Ultraje a Rigor que eu curti bastante (e filmando de cima do palco), o que mais me deixou feliz foi encontrar o Jander (ex-guitarrista da Plebe Rude).
O cara foi um dos principais guitarristas dos anos 80 e hoje é um simples roadie do Nando Reis (foto). Lembro que vi uns três shows da Plebe Rude no auge da banda, sendo o principal deles na abertura para Siouxsie and the Banshees, em 1986, em São Paulo.

O cara passou por mim e eu saquei que conhecia ele. Puxei pela memória e como a aparencia é quase a mesma da época que ele tocava com a Plebe Rube, fui confirmar com a empresaria do Nando Reis. Estava certo e já pensei em fazer uma entrevista depois do show. Eis que saio do palco e dou uma volta pelo camarim para ver se o Ultraje a Rigor já estava na Arena Brasil para fazer a entrevista agendada e dou de cara com o Jander sentado sozinho.

Me apresentei e pedi pra fazer a entrevista depois do show. Ele disse que seria difícil depois da apresentação. Então pedi pra fazer na hora ali e que seria rápido para não atrapalhá-lo. O cara topou.

Tirei a filmadora da bolsa e comecei perguntando sobre os trabalhos atuais dele, se acompanha a "volta" da Plebe Rude com outra formação, o que ele anda ouvindo, entre outras coisas. Surpreendentemente, com uma calma incrível e olhando para a câmera com uma serenidade, ele dizia que não acompnhava nada, que não se interessava por estas coisas, que mora na zona rural no interior do Rio de Janeiro e que estava tocando e ouvindo moda de viola, curtindo Tonico & Tinoco.

Em certos momentos da entrevista me segurei para não dar risada por estar na frente de um dos caras que eu admirava bastante em meados dos anos 80 e agora o cara ali fazendo de conta que não tinha importância alguma na história do rock brasileiro.
Agradeci pela entrevista e o cara foi embora caminhando como uma pessoa simples no meio de tanta gente.
No final do show do Nando Reis ele passou por mim, deu um tapinha nas minhas costas e foi embora. E eu ali ainda não acreditando que ele poderia estar no palco tocando e fazendo um show até mais bacana que o Nando Reis.

A entrevista está gravada e devo aproveitar no Zombilly no Rádio em breve.

Foto: Andye Iore

2 comentários:

Renatão disse...

Grande Jander!


O concreto já rachou.

Cleriston Teixeira disse...

cara, o show é ver que o Jander é um cara normal como a gente, que contribui, mas uma hora percebe que fez a parte dele, que chegou a hora de ouvir tonico e tinoco...