quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A psicose odontológica


Depois de muita resistência retomei meu tratamento dentário ontem à noite.
Resultado: quase perdi um dente pelo desleixo na saúde corporal...
na verdade, ainda não há certeza que o dentista conseguirá “salvar” meu dente.
É um molar no canto inferior direito que virou uma “panela”, causada por três tratamentos parados pela metade.
Nunca segurei algo com tanto força como a cadeira do dentista ontem.
Nem meus abraços nas namoradas somados seriam tão agarrados.
Um dos motivos desse desleixo da minha saúde dentária é um certo trauma de dentista.
Todos tratamentos que fiz lembro de ter sentido dor, muita dor. Mesmo com anestesia.
Como ainda os consultórios não têm tecnologia para tratamento sem dor, o jeito é encarar a broca tresloucada.
Quando começou, eu fiquei cantarolando músicas do Howlin´ Wolf, um blues mais maneiro.
Depois que o dentista já havia me torturado bastante, orientou para que eu cuspisse no recipiente para que ele continuasse a trabalhar e mudei minha trilha sonora mental.
Ao ver o sangue e pedaços de dente escorrendo pelo ralo do recipiente, só consegui imaginar as capas e músicas do Pungent Stench e Cannibal Corpse.
Nem Hitchcock foi capaz de fazer um filme tão tenso e de horror sugerido quanto uma sessão em uma cadeira odontológica.
O que chega mais perto é a cena de “Psicose” (1960) com o sangue escorrendo pelo ralo do banheiro.

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