quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Quando Mr. Punch encontra Mr. Young...


... e ambos se ligam por um Neil.

Eu odeio a indústria da cultura pop.
Mas não vivo sem ela, que me arranca centenas de Reais durante o ano.
Nos últimos dias fiquei aborrecido com duas notícias sobre lançamentos no Brasil.

A primeira foi na semana passada quando vi na internet que a gravadora Warner relançaria no Brasil quatro CDs do Neil Young que eu já gastei alguns consideráveis Reais em edições importadas.
São eles "Neil Young" (1968), "After the Goldrush" (1970), "Everybody Knows This Is Nowhere" (1969) e "Harvest" (1972).
São discos clássicos e que há muito tempo estavam fora de catálogo.

Essa semana foi a vez do livro "Mr. Punch", de Neil Gaiman, que ganhará edição brasileira pela Conrad.
Essa é uma das melhores obras em quadrinhos que tenho em minha coleção e que também gastei uma boa grana em uma bacana edição especial em 1994.
Torço para que a edição nacional tenha o mesmo primor que a original.
Pelo que vi dos títulos recentes da Conrad, teve ter sim.

Mais uma vez Gaiman usa a fantasia para falar de coisas dos adultos e alterna entre a inocência de um garoto que passa férias na casa de familiares com ritos de passagem para a vida adulta.
Esse enredo tem como cenário a tradição britânica do teatro de bonecos (o tal do Mr. Punch do título) com sequencias que nada tem de histórias infantis.

Ironicamente, os caminhos do boneco anárquico Mr. Punch e do herói do rock Neil Young se cruzam justamente quando o livro sobre o primeiro ganha edição brasileira e o disco novo do segundo é lançado trazendo mais uma rebeldia na carreira do roqueiro.
"Le Noise" é um disco para os fãs e que nunca vai atrair novos admiradores para a carreira de Neil Young.
Bem melhor assim, pois é raro ver um artista prestes a completar 65 anos ainda dando um bicudo no mainstream e tendo muita coisa importante para mostrar e tocar. Ou dá para duvidar disso de um idoso que compõe uma música chamada "Angry world" e rasga a letra com uma guitarra distorcidona?!?

Sobre minha irritação no começo desse post, não que eu não goste que sejam lançadas coisas bacanas no Brasil.
Ao contrário... sempre estou dando dicas aqui no blog.
O que sinto é uma grande raiva por não termos a opção de comprar em sintonia títulos legais que são lançados no exterior.
Nas poucas vezes que conseguimos, temos que pagar bem mais caro.
O que gostaria é de ter a certeza de só gastar uma grana a mais com algo que saberia que nunca seria lançado por aqui e estaria disponível a qualquer dia numa loja da esquina.

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